Com mais de 60 inquéritos abertos para investigação de homicídios com características semelhantes, o diretor geral da Polícia Civil, Adriano Peralta, admite a possibilidade da ação e grupos de extermínio na Capital. A existência dos grupos já havia sido negada pelo secretário de Segurança Mauro Zaque, que classificou o aumento destes assassinatos como “sazonais”, e disse que as ações seriam investigadas.
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De acordo com Peralta, as 62 averiguações não correspondem exatamente ao número de mortes, já que estes podem ser superiores, e sim ao modo em que as vítimas foram executadas. “Estamos concentrando esforços para concluir esses inquéritos e vamos dar todo o respaldo necessário. Entretanto, ainda é prematuro dizer se há apenas um ou mais grupos agindo. As características são bastante parecidas, por isso consideramos a possibilidade.”
No último mês, diversos casos de homicídio cometidos principalmente no bairro Pedregal, em Cuiabá, e pela cidade de Várzea Grande, suscitaram a hipótese. Nestes casos, as vítimas, em sua maioria suspeitas por ligação com tráfico ou consumo de drogas, foram abordadas por homens em diferentes veículos e mortas a tiros.
Recentemente, Zaque disse não daria para dizer se as vítimas eram ou não bandidos, e que isso é papel do poder judiciário. “Só depois de julgar é que podemos dizer que é bandido. Se a gente admitir aqui que quem está morrendo é o criminoso, estamos admitindo que estas mortes são justificadas e não é assim. Não podemos trabalhar por este viés. Infelizmente, o maior índice de homicídios concentra-se em torno da droga e do crime. Mas isso não quer dizer que a pessoa tenha que pagar com sua vida”, ponderou.