Olhar Direto

Sexta-feira, 17 de maio de 2024

Notícias | Cidades

Dois meses depois

Dois meses depois, vítima de tragédia na avenida do CPA não recebeu assistência da família de motorista e está sem andar desde o acidente

Foto: Wesley Santiago/Olhar Direto

Dois meses depois, vítima de tragédia na avenida do CPA não recebeu assistência da família de motorista e está sem andar desde o acidente
Ereniu Antônia dos Santos, 51 anos, uma das vítimas do trágico acidente na avenida do CPA (Historiador Rubens de Mendonça), que culminou na morte de duas pessoas, ainda sofre em consequência do acontecido. Mais de dois meses depois, a mulher não consegue andar e vive deitada em uma cama, enquanto se recupera das três cirurgias que teve de fazer.


Sem receber auxílio da família do condutor responsável pelo acontecido, ela recebe ajuda de parentes e gasta mais de R$ 200 por mês só com medicamentos: “Afetou a vida dela e a nossa”, desabafou ao Olhar Direto a filha dela, Elisângela Antônia Santos Lopes, 30 anos, que está sem trabalhar desde então. O acidente foi no dia 3 de outubro.

Leia mais:
Vítima de tragédia na avenida do CPA foi atingida por poste e está na UTI
 
“Ela não está andando ainda. Nesta sexta-feira (18), completa um mês que minha mãe teve alta do hospital, mas a situação não é nada fácil. Não tem previsão de quando ela volta a andar, foram três cirurgias, já que ela quebrou o fêmur e as duas canelas. Por conta de tudo, fica deitada o dia inteiro. Quando ela senta, é por uns cinco minutos, mas aí a perna incha e tem de deitar novamente”, explicou a filha de Ereniu.
 
Ainda conforme Elisângela, a família do condutor Nicholas Guerra, 23 anos, que também morreu no trágico acidente, não deu nenhum tipo de assistência: “O pai do Nicholas não apareceu ainda, não deu nem sinal de vida, não quis saber se minha mãe sobreviveu, se cortou as pernas ou os braços, nada. O certo era ter ido saber o estado dela, era o mínimo esperado”, desabafou.
 
Ereniu não lembra muita coisa do acidente, segundo a filha. Como tem de ficar deitada o dia inteiro e receber cuidados da família, a mulher se irrita facilmente e chora muito. A psicóloga responsável por acompanhar a vítima alertou que ela está entrando em depressão por conta das dificuldades: “Afetou a vida dela e a nossa”.
 
“Devido ao acidente, não posso trabalhar. Fico cuidando dela o dia inteiro junto com a minha sogra. Meu tio é quem está pagando o aluguel, água, luz, comida. Só de remédio nós gastamos quase R$ 200 por mês. Não tenho condições de ajudar ela sozinha. Tenho três filhos para criar, meu esposo não está podendo trabalhar, vai fazer uma cirurgia muito séria”, revelou Elisângela.
 
A família já tem um advogado cuidando das questões jurídicas: “Nosso advogado já deu entrada nos papéis e vamos ver o que acontece. Precisamos de um auxílio, nem que seja para ajudar pagar os medicamentos, o aluguel. Minha mãe está sofrendo muito. Quando ela foi atropelada, estava indo trabalhar, buscar os R$ 100 que iria pagar o aluguel daquele mês”, finalizou Elisângela.
 
DPVAT
 
O DPVAT (Danos Pessoais causados por Veículos Automotores de Via Terrestre) é um seguro que cobre casos de morte, invalidez permanente ou despesas com assistências médica e suplementares (DAMS) por lesões de menor gravidade causadas por acidentes de trânsito em todo o país.
 
O recolhimento do seguro é anual e obrigatório para todos os proprietários de veículos. A data de vencimento é junto com a do IPVA, e o pagamento é requisito para o motorista obter o licenciamento anual do veículo. O pagamento para beneficiários de vítimas fatais é de R$ 13.500. Nos casos de invalidez permanente, o pagamento pode chegar a R$ 13.500, de acordo com a gravidade das lesões. Já o reembolso hospitalar e médico pode chegar a R$ 2.700.
 
O delegado da Deletran (Delegacia Especializada em Delitos de Trânsito), Jefferson Dias, explicou que as vítimas de trânsito (ou família delas) podem se dirigir até a delegacia, onde encontrará um local apropriado para dar entrada nos documentos: “É só vir até a Deletran e fazer os devidos requerimentos com os documentos necessários. Desta maneira, receberá o segura gratuitamente, após uma perícia”.
 
O acidente
 
Um grave acidente envolvendo uma caminhonete Amarok, na manhã de sábado (3), vitimou duas pessoas e feriu outra. O acidente foi registrado na avenida do CPA (Historiador Rubens de Mendonça), nas proximidades do Hospital Otorrino, sentido Centro. Uma das vítimas é uma senhora, identificada como Ivonete Madalena Magalhães Silval que encontrava-se em um ponto de ônibus, indo trabalhar. A outra é o motorista, identificado como Nicholas Guerra, 23 anos.
 
As primeiras informações são de que o condutor do veículo colidiu com dois postes, após perder o controle do veículo em uma curva próxima ao Crea (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia). O veículo ainda bateu contra um ponto de ônibus, onde encontravam-se duas pessoas. A cuidadora de idosos teve o braço dilacerado e morreu na hora. O condutor chegou a receber atendimento, mas também veio a óbito.
 
O velocímetro da Amarok travou em 100 quilômetros por hora, o que indica que a velocidade era ainda maior. Antes, o condutor havia batido em um taxi, próximo a Churrascaria Recanto Gaúcho. Ele fugiu em alta velocidade e acabou causando o acidente na sequência.
 
Outro lado
 
A reportagem do Olhar Direto não conseguiu entrar em contato com os familiares do condutor da Amarok. 
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 

Comentários no Facebook

xLuck.bet - Emoção é o nosso jogo!
Sitevip Internet