Sem a garantia da instalação de refrigeradores de ar nos veículos do transporte público de Cuiabá, a Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados (Arsec), estuda adotar um sistema alternativo de climatização nos veículos. A proposta, que ainda não tem data para execução, prevê a instalação de climatizadores, que ventilam e umidificam o interior do coletivo, amenizando o desconforto causado pelo calor intenso típico da Capital. O produto pode abaixar de dois a cinco graus a temperatura ambiente, sendo responsável por aliviar o calor, mas não refrigerar.
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Na cidade, onde os termômetros comumente marcam os 40 graus centígrados, mais da metade da frota, que contabiliza 369 coletivos, não dispões de ar-condicionado. A ausência do aparelho é um dos principais alvos de críticas entre os mais de 330 mil usuários, sendo justificada pelo poder público por alto consumo de combustível e a manutenção que o aparelho demanda.
De acordo com o presidente da Arsec, Alexandre Bustamente, a opção dos climatizadores vem sendo implantada com sucesso em outras capitais brasileiras e pode ser a solução também para os cuiabanos, já que, além tornar o transporte mais humano, também representa grande economia se comparada ao ar-condicionado.
“O resultado se assemelha ao do ar, já que a sensação térmica dentro do ônibus diminuirá. Ainda é um plano, mas já estamos analisando tudo e comprovamos que em cidades como Fortaleza, por exemplo, o sistema funciona muito bem. Eles diminuem o calor do ambiente através da evaporação da água: um ventilador interno puxa o ar para dentro do aparelho e a água do compartimento evapora”, disse.
Recentemente, o prefeito Mauro Mendes anunciou o edital do processo licitatório concessão do transporte coletivo urbano e confirmou a impossibilidade de que os itens sejam instalados. “É certo que um percentual dos ônibus, bem acima do atual, vai ter ar condicionado. Todavia, querer 50% [do total da frota] realmente não dá, porque isso também eleva o custo de manutenção em torno de 20%, o que acaba por impactar na tarifa.”
A Prefeitura de Cuiabá vai fazer a concessão do transporte coletivo urbano por 20 anos, no sistema de 10 anos, prorrogáveis por mais 10. “Quem ganhar, vai firmar contrato de renovação da frota e de ampliação e restauração dos abrigos de ônibus”, explicou Mendes. Atualmente, a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana está instalando 600 novos abrigos (do total de 1,55 mil existentes na cidade), com previsão de concluir em novembro ou dezembro.
Mesmo diante desta e de outras reclamações dos usuários, que incluem, ainda o mal estado de conservação e a número reduzido de veículos, a Arsec baixou uma resolução nesta sexta-feira, 26, fixando o valor da tarifa do Transporte Coletivo em R$ 3,60. O valor poderia chegar a R$ 3,80 e foi mantido assim porque governo do Estado isentou as empresas de transporte coletivo do pagamento de Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), cobrado pelo óleo diesel.