Um levantamento feito pela Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob) apontou que de cada dez veículos que integram a frota de Cuiabá, seis deles não receberam nenhuma multa entre agosto de 2014 e maio deste ano, período no qual foram aplicadas 407.179 multas pelos 56 equipamentos de fiscalização eletrônica instalados na cidade. Este número fez com que o secretário da pasta, Thiago França, voltasse a rechaçar acusações que pairam sobre os radares: “Não existe indústria da multa e sim de infratores contumazes”.

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Conforme os dados da Semob, 35,96% dos 399.191 veículos foram multados por infrações diversas. Isso significa que 143.546 veículos foram autuados e, deste total, mais da metade das multas (57,93%) foi aplicada em reincidentes, na contramão do bom comportamento no trânsito. Do total dos multados, 60.400 (42,08%) receberam uma multa; 31.447 veículos (21,91%) receberam duas multas; 17.922 (12,49%) receberam 3 multas; e 33.777 veículos (23,53%) foram multados mais de três vezes.
 
“Estes dados representam que não há que se falar em indústria da multa. Temos aí um panorama que aponta uma indústria de infratores e de infratores contumazes. Ou seja, infratores que flagrantemente desrespeitam a legislação, os limites de velocidade, as sinalizações, as regras de trânsito, e que são aí uma minoria em nossa cidade”, pontuou Thiago França.
 
Os equipamentos começaram a ser instalados a partir de agosto de 2014, mas depois de um período de campanha educativa, as multas só começaram a valer a partir de outubro daquele ano. Em 2016, as multas registradas pelos equipamentos eletrônicos e já confirmadas totalizam 159.059 infrações. Estão computadas neste número 3.015 multas referentes ao mês de abril e mais 9, em maio. Os dados estatísticos fechados vão até o mês de março e assim que as multas são confirmadas, são adicionados.
 
Os radares começaram a ser instalados em 2014, nas principais avenidas e ruas da capital mato-grossense. A instalação dos aparelhos faz parte de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) assinado entre a prefeitura e o Ministério Público do estado (MPE) em julho de 2011. O objetivo é diminuir o número de acidentes de trânsito, um dos principais motivos de internação no Pronto-Socorro.