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Terça-feira, 07 de maio de 2024

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"Descobri o que era ódio depois do assassinato do meu filho", diz pai de português morto por Cuiabano

Foto: Reprodução/Facebook

O pai do jovem português Rodrigo Lapa, Sérgio Lapa, concedeu uma entrevista exclusiva ao Olhar Direto na noite da última quarta-feira (20) e relatou o drama que vive nos cinco meses após a morte do garoto, que foi assassinado em fevereiro deste ano em Lagoa (Distrito de Faro, em Portugal). O cuiabano Joaquim de Lara Pinto, padrasto do menino, é apontado como o principal suspeito do crime e estaria escondido em uma fazenda próximo a capital mato-grossense. Na entrevista, Sérgio afirma que mataria o responsável pelo crime e que descobriu o que era ódio após o homicídio. 


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“O que eu sinto é raiva, ódio. Imagine o que fizeram com meu Rodrigo. Não há palavras, eu fiz tudo por ele. Ele me pediu para ficar com a mãe e ela o matou junto com o Joaquim Lara. A polícia aqui pouca coisa me diz a respeito. O que nós sabemos, e olha que não sou da polícia, não sou ninguém, é que ele [cuiabano] está escondido na casa de um sobrinho, em uma fazenda próximo a fronteira”, disse Sérgio, que mora em Portugal, na cidade de Portimão.
 
Em meio a lágrimas e com a voz embargada, Sérgio pede que os mato-grossenses ajudem a encontrar Joaquim: “Não quero que o matem. Entreguem ele à polícia. Ele tem que contar o que sabe, porque não foi apenas uma pessoa que matou o meu filho. Ele não foi o único culpado. Meu filho tinha 15 anos, 1,75m, não foi apenas uma pessoa que fez aquilo”.


O cuiabano Joaquim Lara é apontado como principal suspeito da morte de Rodrigo (a direita).
 
Sérgio afirma nunca ter tido contato com o cuiabano e que apenas sabia que era o atual companheiro de sua ex-mulher. Os dois se separaram em 2011. Até 2015, o jovem morava com o pai, mas depois decidiu se mudar para a casa da mãe. “A última vez que eu estive com ele vivo foi em um jantar no início de fevereiro. Perguntei se o ‘Brazuca’ o maltratava, ele disse que não”.
 
O pai ainda relembra que Rodrigo era um jovem tranquilo e que não causava problemas: “Mataram uma criança de 15 anos, de bom coração e lindo, lindo. Tiraram a única coisa que eu tinha na vida, meu filho foi brutalmente assassinado. Eu tive que vê-lo com a cabeça esmagada e os olhos saltados. Deram uma gravata nele. É uma imagem que pai nenhum quer ver na vida. Sinceramente, eu o mataria (Joaquim) se o visse na minha frente”, desabafa Sérgio.  

“Vou fazer 44 anos, não posso ter mais filhos. Não vou conseguir ser pai novamente. Minha vontade é de terminar com minha vida. Mas primeiro quero ver os assassinos pagarem. Se o Joaquim Lara não fosse culpado, porque fugiria? Por que iria se esconder? Ele já teria dito tudo o que sabe”, questiona o pai do garoto.
 
Sérgio faz questão de ressaltar que não ficou com raiva de brasileiros por conta do episódio: “Uma ovelha negra não acaba com o rebanho” e contou que uma senhora brasileira o reconheceu na rua, o parou e começou a chorar após um forte abraço. Por fim, ele voltou a pedir que a Justiça seja feita.
 
“Sabe o que é dormir, sonhar que está com o seu filho no braço e acordar sabendo que ele não está ali? Era meu único filho, nunca mais vou ser pai. Estou morto. Eu nunca soube o que era ódio e descobri após o assassinato do meu filho. Imagine se um português vai ao Brasil, a Cuiabá e mata um jovem de 15 anos e depois foge para Portugal?”, indaga Sérgio.
 
O português disse entender que a família de Joaquim queira protegê-lo, mas pediu para que também entendam o lado de um pai que perdeu o único filho: “É uma ferida que não fecha. Eu não consigo nem ir ao cemitério. Estou desempregado, não tenho cabeça para fazer nada e só penso em fazer besteiras. Perdi a vontade de viver. Quero apenas agradecer ao povo brasileiro que tem sido muito solidário comigo”.
 
O caso
 
O cuiabano Joaquim de Lara Pinto é alvo de investigação da Polícia Judiciária (PJ) de Portugal que apura a morte do enteado dele, Rodrigo Lapa, 15 anos, que foi encontrado morto a 100 metros de casa, em Lagoa, após uma semana de desaparecimento. O mato-grossense já tinha as passagens para o Brasil compradas um mês antes da morte do adolescente. Segundo a imprensa local, ele é apontado como o principal suspeito.
 
De acordo com as informações da imprensa local, o adolescente desapareceu no dia 22 de fevereiro, mesmo dia em que Joaquim retornou ao Brasil. Rodrigo Lapa foi encontrado com as mãos amarradas e uma corda atada ao pescoço. Segundo a mãe do garoto, Célia Barreto, o cuiabano já havia marcado a viagem há um mês.
 
Exames complementares divulgados pela Polícia Judiciária de Portugal apontam que o jovem Rodrigo Lapa, de 15 anos, foi morto por estrangulamento mecânico, provavelmente pelo braço de seu padrasto, o cuiabano Joaquim Lara Pinto. Depois se contradizer em vários depoimentos e alegar que padrasto e enteado tinham uma boa relação, a mãe do adolescente, Célia Lapa, confessou ter presenciado a agressão sofrida por Rodrigo e ouvido seus gritos no dia do assassinato.
 
Após uma discussão, Joaquim teria se escondido e esperado o adolescente sair do quarto para agarrá-lo pelo pescoço e arrastá-lo para a cozinha da casa onde viviam, mantendo-o imobilizado. De acordo com a imprensa portuguesa, a mulher alegou não ter contado isto à polícia antes por medo de que Joaquim fizesse alguma coisa contra ela ou contra a filha que tem com ele, que na época tinha seis meses. Mesmo assim, a mulher teria mantido contato por telefone com o companheiro após o crime.
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