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Quarta-feira, 08 de maio de 2024

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Sumidos há 7 dias

"PM ri da nossa cara" diz irmã de jovem desaparecido após abordagem; familiares estariam sendo intimidados

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

“A PM ri da minha cara, do nosso desespero. Dizem que não procuramos meu irmão direito, por isso ele não foi encontrado.” É esse o tratamento que Luzia Canett, 30, alega ter recebido durante a busca por informações sobre seu irmão, Hugo da Silva Salomé, de 19 anos, desaparecido há sete dias após uma abordagem policial. Segundo denúncia feita por ela, o rapaz já havia sido ameaçado por um sargento, que disse que iria matá-lo caso o encontrasse em alguma “quebrada”.


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Além do descaso, Luzia e os familiares de João Vitor de Oliveira, 20, também alvo da ação, se sentem intimidados uma vez que viaturas da PM frequentemente tem rondado suas residências. “Por mais de uma vez que fui lá pra cobrar explicação eles riram de mim. Eles passam aqui na frente de casa rindo. Essa semana já pararam meu primo a noite e disseram pra procurarmos direito. Falaram que é assim mesmo, que menor de idade não some, mas que maior some sim.”

Na segunda-feira (9), o sargento apontado como responsável pelas ameaças, a paisana e em um veiculo descaracterizado, teria parado os dois jovens que estavam em carro modelo Clio. Na sequencia, duas viaturas da PM chegaram ao local e os levaram os rapazes, que possuem passagem por roubo e porte ilegal de arma de fogo. Na base da PM Localizada no bairro São João Del Rey, bairro onde a situação aconteceu, profissionais afirmaram para a mulher que João e Hugo haviam fugido da viatura, e por isso não havia dados sobre eles.

A versão não a convence e a mulher segue insistindo na procura, ja tendo registradao uma denûncia na Corregedoria da Policia Militar. Há quatro dias longe de trabalho, onde atua como auxiliar de cozinha, ela peregrina desde por delegacias, Instituto Médico Legal (IML), e hospitais. Na manhã de quinta-feira (12), se embrenhou por uma região de mata, nas proximidades do bairro onde vive, na tentativa de encontrar algo. “Tenho certeza que se ele tivesse fugido, teria feito uma ligação, avisado se está tudo bem. Deus queira que ele não esteja morto. Onde ele poderia estar sem água, sem comida?”

Sem esperança na Justiça, ela aguarda por providências da Polícia Civil.  “Sei que a Justiça quase nunca fica do lado de quem é mais pobre, e sim da Polícia. Por isso não podemos esperar pela Justiça. Mas se eles estão fazendo o papel deles, estamos fazendo o nosso de família, de procurar até o fim. Ontem ficamos sabendo que um rapaz chegou muito machucado no Pronto Socorro e corremos pra lá junto com a família do outro rapaz.” 

Ao Olhar Direto a Polícia Militar (PM) informou apenas que, assim que recebida a denúncia, será instaurada uma sindicância para apurar o que de fato aconteceu com os rapazes. Não foi determinado um prazo para o término do procedimento, no qual os policiais e demais testemunhas serão ouvidos.

Na manhã de quarta-feira (11), familiares se mobilizaram para reivindicar esclarecimentos sobre o sumiço dos de Hugo e João.Com relação aos comentários raivosos que a família tem recebido de desconhecidos, em decorrência do histórico criminal de ambos, Luzia afirma que nada disso justifica o desaparecimento e o desrespeito. "A Polícia existe não é pra matar não. É pra prender pra que cada um pague por seu erro. E meu irmão já tinha pagado pelo dele, por isso estava solto."
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