Afirmando que ‘nasceu de novo’, o ex-senador e ex-governador Júlio José de Campos (DEM) deseja montar uma instituição que incentive a doação de órgãos humanos e outra, em Acorizal ou Nossa Senhora do Livramento, destinada ao atendimento e tratamento de dependentes químicos. “No Ceará, eles dispõem de uma estrutura específica para isso: equipe médica especializada, helicópteros e aviões para buscar o órgão doado, onde esteja onde estiver. Em Mato Grosso, não temos isso”, argumentou Campos, por telefone, para a reportagem do Olhar Direto.
 
O ex-governador e conselheiro aposentado do Tribunal de Contas do Estado (TCE) ainda não decidiu se vai criar uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) para incentivar a doação de órgãos ou se vai tocar tudo pela própria Fundação Júlio Campos. “É vida nova! Devo voltar logo, na primeira quinzena de maio, para viabilizar os meu projetos na área social”, pontuou ele, que desde o final da década de 1980 mantém a Fundação que leva o seu próprio nome com o salário de ex-governador – cerca de R$ 18 mil.

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“Às vezes, a pessoa já tem morte cerebral e a família não autoriza a doação [dos órgãos]. Temos que incentivar que os órgãos sejam doados, porque vidas serão salvas”, pontuou ele.
 
Já a Clínica de Recuperação para Dependentes Químicos tem até nome: Fazenda Esperança. Ele deseja constituir um projeto com a Igreja Católica. “É indispensável que se possa criar e manter, na Baixada Cuiabana, uma fazenda público-privada para recuperação de dependes químicos. Vamos dar nossa parcela de contribuição”, ponderou o ex-governador e ex-senador.
 
Ao lado do irmão João Francisco de Campos, que é médico, ele deseja realizar, na Fazenda da Esperança, uma autentica legião de comunidades terapêuticas. Ele observou que João Francisco possui mais de 30 anos de experiência na recuperação de jovens dependentes de álcool ou drogas.
 
Júlio Campos iniciou a vida pública como presidente do Grêmio da Faculdade de Agronomia de Goiás. Depois, foi secretário de Obras e prefeito de Várzea Grande. Também foi governador de Mato Grosso (1983-86) quatro vezes deputado federal e senador da República (1991-1999), além de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Campos encerrou o seu último mandato em fevereiro de 2015, na Câmara dos Deputados – sem disputar a reeleição.