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Segunda-feira, 29 de abril de 2024

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Chacina em Colniza

Sem apoio da Polícia, familiares buscam desaparecidos após massacre

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Sem apoio da Polícia, familiares buscam desaparecidos após massacre
Quase uma semana depois do massacre que deixou nove mortos na gleba Taquaraçu do Norte, em Colniza (1060 km de Cuiabá), trabalhadores rurais da região tem realizado buscas por desaparecidos sem apoio da Polícia, concentrada na identificação dos criminosos. De acordo com coordenador da CPT, Cristiano Cabral, as vítimas podem ter se perdido na mata ao fugir da chacina ou simplesmente ido embora dali, motivadas pelo medo.


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 “Os sítios são próximos de onde ocorreram as morte, e provavelmente eles ouviram essa violência toda, tiros e gritos, se embrenhando pela mata pra escapar. Agora a gente não sabe se eles foram alcançados pelos pistoleiros, se estão se virando no mato, na chuva, só com a roupa do corpo", afirma. 

Ao Olhar Direto, a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), informou que Polícia só pode investigar casos de desaparecimento depois do registro do B.O. Contudo, o coordenador  explica que ainda não há relatos de que os documentos tenham sido confeccionados e destaca que, em muitos casos, sua existência não possui efeito prático para a segurança dos camponeses.

Durante o lançamento do Caderno Conflitos no Campo Brasil 2016, em Cuiabá, na manhã desta terça-feira (25), ele explicou que a impunidade reforça a sensação de insegurança entre os assentados, que, diante da negligência do Estado, muitas vezes abrem mão de realizar as denúncias.Exemplo disso é a falta de punição para os 130 assassinatos registrados no campo desde 1985, que seguem sem punição aos responsáveis. 

As cerca de 100 famílias de Taquaraçu vivem uma àrea de 110 mil hectares e lidam com a tensão frequente, motivada por ameaças de fazendeiros. O clima piorou depois do ataque do dia 20 e tem afetado mulheres e crianças, que sem suporte financeiro, da Justiça ou do Estado, testemunham o terror. Elas fazem parte das 40.028 famílias estão envolvidas em conflitos agrários violentos, com risco de morte em MT, segundo o Caderno de Conflitos Agrários. 

Um fator apontado pela CPT como determinante no aumento 33% no aumento dos casos de conflitos agrários, é a estruturação da pistolagem, que encontra subterfúgios na impunidade para reforçar suas ações pelo interior. Segundo Cristiano, os atos antes cometidos por pistoleiros isolados, hoje podem ser atribuídos a associações de pistoleiros mantidas por fazendeiros para fazer sua “segurança”. Com os homens armados seriam gastos de R$9 a R$ 12 mil reais por mês. Como resultado disso, nos últimos anos 272 famílias foram vítimas dos criminosos.

Atualizada às 14h57. 
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