Apontado por muitos como provável ‘fiel da balança’ nas eleições de 2018, o ministro da Agricultura e Pecuária, senador mato-grossense Blairo Maggi (PP), avalia pendurar as chuteiras e não mais disputar qualquer mandato eletivo. Entende que é hora de voltar ao convívio com a família e os amigos, além negócios do grupo André Maggi.
 
“Estou totalmente indefinido. Eu não sei nem se vou disputar as eleições que estão aí, na frente, em 2018. Nós, os parlamentares, temos vida de cigano. Não temos turma em Mato Grosso nem em Brasília. Não temos turma aqui nem lá”, afirmou Maggi, no Parque de Exposição Jonas Pinheiro, após participar da cerimônia de abertura da 53ª Exposição Agropecuária de Cuiabá – Expoagro 2017, na noite desta sexta-feira (7).

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Ele recorreu a uma gíria dos jovens das décadas de 1970 e 1980, que se enturmavam, para explicar a falta de paradeiro de quem é parlamentar. “Mora na rua e apenas passeia, em casa”, brincou.
 
Blairo Maggi afirmou que não ingressou na vida publica para fazer carreira e recorda que, em 2002, saiu candidato ao governo de Mato Grosso para ficar quatro anos e, depois, voltar para casa e suas empresas. “É uma coisa que a gente precisa avaliar com cuidado [candidatura]. Entrei na política para ficar quatro anos e fiquei oito [como governador de Mato Grosso 2003-2010]”, ponderou ele.
 
“E, depois, era para sair, mas fiquei mais oito, no Senado. Eu gosto do que faço, mas, também, tenho outras coisas para fazer”, citou ele, se referindo ao comando do grupo André Maggi, um dos maiores do agronegócio.
 
O senador licenciado e ministro afirmou que se engana quem pensa que vida de parlamentar é fácil. “E isso não é uma vida fácil. É uma vida difícil. Uma vez que você conquista um cargo deste, tem que dar de volta à sociedade aquilo que ela acreditou em você. E isso te tira muito da sua vida pessoal. Te afasta muito da família. Te afasta do convívio do dia a dia das pessoas próximas”, ponderou o ministro da Agricultura.
 
Apesar de aparecer nas pesquisas de opinião púbica sobre tendência do eleitorado como favorito para reeleição ao Senado, em 2018, nem isso empolga Maggi. “Isso [mandato eletivo] tem um limite. Vou avaliar com muita tranqüilidade, lá na frente”.
 
Mesmo se não estiver no páreo, estará apoiando outros candidatos. “Claro, que, mesmo não disputando, se for o caso, vou participar [da campanha eleitoral]. De repente,  a gente participa, porque, quem sabe,  podemos ajudar nas conversações”, completou Maggi.
 
Até o mês passado, o projeto de Maggi era a reeleição ao Senado. Mas aliados com livre acesso à cozinha do senador  mato-grossense dão conta de que, entre outras coisas, têm pesado para o pouco ânimo de Maggi em disputar eleições, o sucessivo envolvimento em casos que considera “invencionices”.