A Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) continua sem reagentes para a utilização do equipamento ‘Trace CG Ultra-Fid’, que serve para realizar os exames de alcoolemia em Mato Grosso. A situação é a mesma desde julho do ano passado e continua prejudicando o trabalho da Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito (Deletran). Segundo o titular da unidade, delegado Christian Cabral, o “impacto é grande” nas investigações. Casos podem inclusive ser arquivados por conta do problema.

Leia mais:
Com falta de reagentes para teste de alcoolemia, Deletran pode arquivar casos envolvendo mortes
 
Segundo a assessoria de imprensa da Politec, os exames de toxicologia e alcoolemia ainda estão parados. Um novo pregão eletrônico para a compra de gases e consumíveis para o Laboratório Forense foi agendado e publicado no Diário Oficial do Estado (DOE). O lançamento das propostas será dos dias 02 a 13/08, período integral e no dia 14/08 até as 13h30. 
 
Em entrevista ao Olhar Direto, o delegado Christian Cabral avalia que “o impacto é muito grande. Praticamente perdemos as estatísticas do ano passado e do início deste ano porque não saiu quase nada de exame de alcoolemia. Isso prejudica a análise de politicas públicas para diminuir os acidentes em Cuiabá”.
 
“Além disto, existem os casos pontuais que não conseguimos finalizar porque não sabemos se o motorista estava dirigindo embriagado ou algo do tipo. Infelizmente, prejudica muito o nosso trabalho”, explicou o delegado. Recentemente, ele chegou a dizer que casos podem ser arquivados por conta da falta destas provas.
 
Os exames definitivos de alcoolemia estão suspensos no Laboratório Forense devido a falta de reagentes gasosos, entre eles o ar sintético, hélio, hidrogênio e nitrogênio. “Quando o condutor de um veículo morre, este é o exame que utilizamos para saber se ele ingeriu bebida alcoólica. Ele também serve como contraprova do bafômetro, todo exame apresenta certo grau de falha. Se você utilizar um enxaguante bucal, ele pode acusar. É importante ter todos os meios de prova em funcionamento, para que a condenação seja feita quando estiver na Justiça”, explicou o delegado.
 
O problema é ainda maior. Isso porque o sangue coletado do condutor permanece armazenado para a realização do exame por apenas 14 dias, pois pode ocorrer a proliferação bacteriana, o que permite alterar as concentrações de etanol no sangue, desta forma os resultados do exame de alcoolemia perdem a fidedignidade, quando realizado após tal período.