Diante da alternativa quase definitiva de mudança de agremiação, o deputado federal Adilton Sachetti (PSB) encontrou uma forma singela para recusar o convite de se filiar ao Partido Progressista, formulado pelo amigo e ministro da Agricultura e Pecuária, senador mato-grossense Blairo Maggi (PP). Já fora do PSB, tendo evitado ser expulsos pelo Diretório Nacional, no próximo dia 26, Maggi formalizou convite para Sachetti, o ex-prefeito Mauro Mendes e demais parlamentares para que ingressem no PP.
“Mourão junto não estica cerca! De repente, talvez seja melhor cada um num partido para, então, na campanha eleitoral, formalizar aliança e marcharmos juntos rumo às urnas”, observou Adilton Sachetti, recorrendo a uma metáfora do campo, para explicar o quadro. Ele era até maio deste ano vice-presidente da Executiva Regional do PSB, e utilizou uma antiga tese do saudoso ex-secretário Clóves Vettorato, considerado o autêntico
guru do governo Maggi, na década de 2000.
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A resposta de Sachetti indica que é forte sua tendência de que siga com o grupo de Mauro Mendes e do presidente da Assembléia Legislativa de Mato Grosso, deputado Eduardo Botelho (PSB), para o Democratas, a convite do ex-governador Jayme Campos (DEM), atual secretário de Assuntos Estratégicos da Prefeitura de Várzea Grande. Há poucos dias, Maggi disse para o
Olhar Direto que todos os egressos do PSB são “bem vindos” ao PP.
“Dependendo da situação, sim, devemos ir [todos para o mesmo grupo]. Certamente vamos buscar o caminho que possa abrigar adequadamente a maioria dos que saírem do PSB. Se o PP está de portas abertas, ótimo! Mas vamos refletir com calma”, sintetizou Sachetti, para a reportagem do
Olhar Direto.
Seguir para o PP ou ao DEM de forma coletiva é uma análise individual, mas que deve pesar na decisão do grupo. “Somos pessoas com identificação semelhante e que buscam o melhor para Mato Grosso. Houve encontro dele [Jayme Campos] com alguns líderes [Mendes, Botelho e outros], mas nada definido. Todavia, pode ser que, num determinado momento, as coisas mudem. Estamos no Brasil”, complementou Sachetti.
Nas eleições de 2014, Adilton Sachetti é considerado da
tropa de choque de Maggi e foi o segundo mais votado para a Câmara dos Deputados. Antes, havia sido prefeito de Rondonópolis (2005-2008) e presidente da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja).
Há poucos meses, após a perda da sua esposa Rose, ele chegou a cogitar em deixar a vida pública. Mas teria sido convencido por amigos a continuar na labuta por votos.