O presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, Justino Malheiros (PV), protocolizou nesta quarta-feira (7) um requerimento para que não haja mais convocações para a Comissão Parlamentar de Inquérito que ficou conhecida como ‘CPI do Paletó’, e que de hoje em diante os trabalhos de investigação se encaminhem para o relatório final.
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As decisões na CPI até então estão sendo tomadas por meio de votação entre os três membros, o presidente Marcelo Bussiki (PSB), o relator Adevair Cabral (PSDB) e Mário Nadaf (PV). Caso dois deles votem a favor do requerimento, as novas oitivas propostas em audiências passadas como a do próprio prefeito Emanuel Pinheiro, de seu irmão, o empresário Marco Polo Freitas Pinheiro (‘Popó’) e do ex-deputado José Riva serão suspensas.
Nesta semana, o presidente da CPI, Marcelo Bussiki entrou com mandado de segurança na Justiça para assumir o controle da comissão, com base no inciso 7° do artigo 59 do regimento interno. “Este é mais um motivo para eu buscar o Judiciário. Ainda tem uma série de oitiva para esclarecer o objeto desta investigação e já querem calar a CPI. Precisamos ainda aprofundar, buscar a verdade, ouvir o Popó, ouvir o prefeito. O Silval e o Silvio foram categóricos, então precisamos ouvir o outro lado”, disse o vereador.
A CPI instaurada em novembro do ano passado está envolta a várias polêmicas. A princípio, somente os vereadores da oposição ao prefeito Emanuel Pinheiro votaram, porém ao atingir as nove assinaturas necessárias, vários parlamentares da situação também resolveram assinar, o que foi apontado como uma manobra por alguns.
O presidente, autor da proposta, é o único vereador da oposição que está trabalhando na CPI. Em sua opinião, seu voto sempre será vencido em uma decisão colegiada, motivo pelo qual recorreu a justiça.
Na saída da oitiva do servidor da Assembleia Legislativa Valdecir Cardoso na manhã desta quarta, o membro da CPI Mário Nadaf criticou o comportamento de Bussiki e disse que irá analisar como irá votar o requerimento de Malheiros.
“Esta CPI sofreu um grande golpe, em razão da iniciativa do presidente de evitar a participação colegiada. Estamos voltando ao período das trevas em que uma pessoa só toma decisão. Que fique registrado meu protesto, o Marcelo Bussiki quer lançar, cabecear a bola e fazer o gol. Não tenho esta convicção do voto ainda e vou deixar para sexta-feira que será o dia das deliberações, avaliou.
A CPI do Paletó que tem o prazo de 120 dias e apesar de ter ficado suspensa em janeiro, já está entrando no quarto mês. Até o momento já foram ouvidos o ex-governador Silval Barbosa, seu ex-chefe de gabinete Silvio Cesar Correa Araújo, o ex-secretário de estado Allan Zanatta e o servidor da Assembleia Legislativa Valdecir Cardoso.
A investigação apura se houve quebra de decoro da parte do prefeito no caso em que ele apareceu em um vídeo recebendo de dinheiro de suposta propina no gabinete da governadoria e uma possível tentativa de obstrução de justiça.
