O conjunto habitacional Jequitibá, em Várzea Grande, que integra o programa “Minha Casa, Minha Vida”, foi invadido por ao menos 100 pessoas, que alegam não terem moradia. Iniciado em 2013, as obras do local estão paralisadas desde 2015, quando a Construtora Aurora entrou em recuperação judicial. As ocupações começaram no fim de semana.

Leia mais: 
Homem que executou vítima no Residencial Coxipó é preso em flagrante

Um suposto líder do grupo, disse que as casas estariam abandonadas e muitas famílias estariam pagando cerca de R$ 500 de aluguel. “Como todos podem ver, tem família, tem criança pequena,{famílias} que hoje estão pagando aluguel. Todos aqui pagam aluguel, tem pessoas que não estão trabalhando, deficientes. Tudo estava abandonado há mais de cinco anos. Já que está abandonado e nós estamos pagando aluguel, cada um pega uma casa e mora. Nós estamos aqui para fazer um acordo com o dono”, disse.
 
O local possuiu cerca de 400 casas, e as obras foram lançadas em 2013. No ano seguinte, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano fez uma pré-inscrição dos interessados, porém o nome dos contemplados nunca chegou a ser divulgado.

A diarista Juliana Monteiro, foi uma das pessoas que se inscreveram para concorrer a uma casa. Ela fez um pré-cadastro junto a Secretaria de Desenvolvimento Urbano, mas segundo ela, nunca houve sorteio. Enquanto isso, ela mora nos fundos da casa de sua mãe, com dois filhos pequenos.
 
O secretário de Comunicação de Várzea Grande, Marcos Lemos, disse que a empresa Aurora Construtora alegou problemas financeiros e entrou em recuperação judicial. Contudo, como não houve entrega, não cabe ao município fazer a fiscalização.
 
Em 2015, estudos preliminares da Secretaria e Desenvolvimento Urbano, Econômico e Turismo apontaram a prática de irregularidades nos critérios das pessoas que teriam direitos a moradia. A secretaria constatou inclusive renda superior à exigida pelo programa, ou inscritos que residem em outros municípios. No Residencial Jequitibá, dos 71 contratos devolvidos, constaram 25% de falhas. 
 
Outro lado
 
A reportagem entrou em contato com a Construtora Aurora, através do número de telefone que consta no site, mas nenhumas das ligações foram atendidas.