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Quarta-feira, 15 de maio de 2024

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Bereré II

Preso ameaçou empresários com abertura de CPI e denunciou apenas parte do esquema

Foto: Rogério Florentino/Olhar Direto

Preso ameaçou empresários com abertura de CPI e denunciou apenas parte do esquema
Preso na segunda fase da ‘Operação Bereré’, batizada de ‘Bônus’, Roque Anildo Reinheimer – que é integrante da organização criminosa que se instalou no Departamento Estadual de Trânsito (Detran/MT) – extorquiu os sócios da empresa EIG Mercados (antiga FDL Fiduciária) e exigiu R$ 50 mil para que não utilizasse sua influência política para abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) referente ao contrato entre a empresa e o órgão estadual. Ele foi preso nesta quarta-feira pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco).


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Segundo a denúncia, em 2017, após a cessão do pagamento da propina através da Santos Treinamentos, onde o próprio Roque aparece como sócio, ele passou a extorquir os sócios da EIG Mercados, exigindo o pagamento de R$ 50 mil mensais, sob ameaça de se utilizar de sua influência política junto à Assembleia Legislativa de Mato Grosso para a abertura de uma CPI a respeito do contrato entre a EIG e o Detran.
 
Uma minuta de denúncia, que traz como assunto anunciado a ‘fiscalização para apuração - requerimento de informações - indícios de informações levantados’, em nome de Roque Reinheimer direcionada ao Deputado Estadual Oscar Bezerra vai de encontro com o apurado pelo Gaeco. O documento foi apresentado pelos próprios sócios da EIG.
 
Outros documentos que vão em consonância com as alegações foram apreendidos na casa de Roque, dentre os quais estão a minuta de denúncia direcionada ao Deputado Estadual Guilherme Antônio Maluf e também ao Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), que traz como referência "pedido de apuração".
 
Para comprovar as alegações, os sócios da EIG apresentaram gravações de câmeras de segurança supostamente instaladas na sede da empresa, nas quais, supostamente, Roque Anildo Reinheimer teria ido até a empresa procurá-los para exigir os referidos pagamento em março deste ano.
 
Conforme a decisão, as provas mostram “a interferência de Roque Anildo Reinheimer na produção da prova, atuando de forma a ajudar a ocultar a participação de outros integrantes da organização criminosa, buscando interferir no animus de outros integrantes da organização criminosa, seja pela montagem de documentos, pela ameaça, pela extorsão, de modo que sua prisão preventiva é necessária para a garantia da investigação criminal e da instrução processual penal”.
 
O desembargador considera que Roque tem “atividade criminosa como seu modo de vida e de "trabalho", bem como é pertinente às suas condições pessoais que, como visto, tem atuado sobre outros investigados, valendo-se da própria torpeza para exigir vantagens indevidas. Essas considerações também revelam não ser cabível a substituição da prisão preventiva por outra medida cautelar (art. 282, § 6°), nos termos da ponderação do Ministério Público”.
 
Roque Anildo Reinheimer, segundo as investigações, integra o núcleo de operações da organização criminosa e têm a incumbência de fazer acontecer as tramas ilícitas por ela engendradas. Ele é apontado como uma das peças centrais da trama ilícita operada no Departamento Estadual de Trânsito (Detran/MT).
 
O investigado, que também foi preso nesta quarta-feira (09), teria participado da construção do esquema desde o seu início, “contribuindo para a atuação dissimulada de vários dos investigados, dando suporte para a ocultação deles e para apagar os rastros dos supostos crimes perpetrados”.
 
Operação Bônus
 
O ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques e o deputado estadual, Mauro Savi (DEM), foram presos em uma ação conjunta do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) e do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco), na segunda fase da 'Operação Bereré', deflagrada na manhã desta quarta-feira (09). Além deles, outras quatro pessoas também tiveram mandados de prisão.
 
A segunda fase da 'Operação Bereré' foi batizada de 'Bônus'. Foram expedidos, pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso, seis mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão em Cuiabá, São Paulo (SP) e Brasília (DF). As ordens partiram do desembargador José Zuquim Nogueira.
 
A 'Operação Bônus' é resultado da análise dos documentos apreendidos na primeira fase da Bereré, dos depoimentos prestados no inquérito policial e colaborações premiadas. Tem como objetivo desmantelar organização criminosa instalada dentro do Detran para desvio de recursos públicos. 
 
Bereré
 
A ‘Bereré’ é desdobramento da colaboração premiada do ex-presidente do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran-MT), Teodoro Lopes, o “Doia". Dentre as informações prestadas por Doia, consta suposto esquema de cobrança de propina com uma empresa que prestava serviços de gravame - um registro do Detran.
 
Na primeira fase, os mandados foram cumpridos na Assembleia Legislativa de Mato Grosso e na casa de Savi e Eduardo Botelho (DEM). O ex-deputado federal Pedro Henry é alvo também. O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Eduardo Botelho (DEM), é outro investigado.
 
O governador Pedro Taques (PSDB) decretou a intervenção do Estado no contrato que o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) havia firmado com a EIG Mercados para registro dos contratos de financiamento de veículos com cláusula de alienação fiduciária, de arrendamento mercantil, de compra e venda com reserva de domínio ou de penhor no Estado. A empresa foi alvo da ‘Operação Bereré’ e é apontada como pivô do esquema que teria desviado R$ 27,7 milhões.
 
Confira abaixo os alvos da ‘Operação Bônus’:
 
Mauro Savi (deputado estadual)
Paulo César Zamar Taques (ex-chefe da Casa Civil)
Roque Anildo Reinheimer
Claudemir Pereira dos Santos, vulgo “Grilo”
Valter José Kobori (empresário)
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