A indicação do líder do governo na Assembleia Legislativa, Dilmar Dal’Bosco (DEM), para concorrer ao cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado tem as digitais do ex-governador e conselheiro aposentado Julio Campos (DEM), que esteve na tarde de ontem na Assembleia Legislativa costurando o nome do democrata. Dilmar, logo após ter seu nome apresentado, garantiu que não articulou a própria indicação e atribuiu a Campos o trabalho de viabilização do seu nome.

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Dilmar disse que foi “pego de surpresa” com a indicação. Afirmou que Campos o sondou sobre a possibilidade na tarde de ontem, poucas horas antes de o prazo para inscrições se encerrar, e depois acertou a indicação com o deputado Romoaldo Junior (MDB).
 
“Eu participei de várias reuniões, fui na Secretaria de Saúde, fui também falar com o vice-governador tratar de rodovias. Meu dia foi normal, trabalhando e depois preocupado com as indicações para as comissões na Assembleia”, elencou Dilmar, ao negar que tenha articulado a indicação.
 
“Ele [Julio Campos] veio conversar comigo se eu teria essa possibilidade, em nome dele e em nome do partido. Eu falei que eu não tenho nenhum problema e ai ele conversou com o Romoaldo e o Romoaldo fez a indicação”, explicou. Dilmar ainda alega que só soube oficialmente que concorreria à vaga minutos antes do fim do prazo para as inscrições.
 
“Acabei de saber da notícia. Estava dentro do Colégio de Líderes, depois fui para dentro da sessão e voltei só para fazer a composição das comissões e ai o deputado Romoaldo fez a indicação. Ele me falou, ‘olha, já fiz a indicação do seu nome’. Fiquei sabendo às 19h17”, afirmou Dilmar, logo após ter seu nome oficializado na disputa.
 
Dilmar nega que sua entrada na disputa seja para interferir no processo polarizado entre Max Russi (PSB) e Guilherme Maluf (PSDB). “De maneira nenhuma, sou amigo de todos os parlamentares. Essa foi uma indicação proposta pelo deputado Romoaldo e eu acatei, fiquei sabendo na hora que ele indicou e me mandou um Whatsapp”.
 
Caso Dilmar seja escolhido para a vaga, Romoaldo assume em definitivo, até o fim da legislatura, a cadeira de deputado. Atualmente o emedebista ocupa a cadeira de Allan Kaderc (PDT), que está de licença para comandar a Secretaria de Cultura do Estado.
 
Concorrem com Dilmar, Maluf e Max Russi o deputado Sebastião Rezende (PSC), o juiz Eduardo Calmon e o contador Luiz Mário Barros. “Eu não fiz nenhum trabalho até agora. Agora vou ter que conversar com os deputados, eu não fiz nenhuma ligação para ninguém, para nenhum amigo e nenhum colega pra pedir votos”, disse Dilmar. “Sempre fui feito de desafios, sempre aceitei desafios. A vida da gente é feita por isso, é motivada por isso. Não tenho medo de desafio nenhum”, finalizou.

Júlio Campos é conselheiro aposentado do Tribunal de Contas do Estado. Assumiu o cargo em 2002, indicado pela Assembléia Legislativa e homologado pelo sucessor de Dante de Oliveira no governo do Estado, Rogério Sales. Pediu aposentadoria cinco anos depois.