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Segunda-feira, 29 de abril de 2024

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MATO GROSSO E RONDÔNIA

Reportagem do Fantástico revela esquema milionário de extração ilegal de madeira em Terras Indígenas do Xingú

Foto: Associação Terra Indígena do Xingú - ATIX

Reportagem do Fantástico revela esquema milionário de extração ilegal de madeira em Terras Indígenas do Xingú
O “Fantástico” mergulhou no Xingú, entre Mato Grosso e Rondônia, e mapeou o caminho que as madeiras extraídas ilegalmente na Amazônia percorrem após sair do bioma. Durante nove meses, a equipe acompanhou operações da Polícia Federal e do Ibama em sete terras indígenas para conhecer, por dentro, como são flagrados e combatidos os invasores das áreas protegidas por lei. A reportagem veiculada neste domingo (20) revelou um esquema milionário oriundo do desmatamento nessas terras. No total, as operações aplicaram mais de R$ 30 milhões em multas, causaram prejuízo de 3 milhões em apreensões de maquinários, embargaram 10 madeireiras e indicou 8 indígenas por crimes ambientais.


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Um esquema milionário foi revelado por meio do uso de tecnologia de rastreamento de satélite e celular, bem como câmeras com sensores de movimento instaladas estrategicamente para mapear o caminho das madeiras extraídas ilegalmente das áreas protegidas em sete terras indígenas.

Foram mais de 3 mil quilômetros de operação, entre terras espalhadas por Mato Grosso e Rondônia. A reportagem revelou que a extração ilegal nas terras protegidas passam por subornos dos invasores à minorias indígenas que autorizam a remoção da floresta destes locais.

“Paga-se barato para os indígenas e depois vendem as madeiras por dez vezes mais”, disse Evandro Carlos Selva, Coordenador de Operações do Ibama-MT. Além disso, ocorre também a falsificação de documentos para “esquentar” a madeira ilícita, de forma que se passe como legal pelo resto do país.

Em 2012, o Jornal Nacional já havia revelado um esquema no local. Dez anos depois, o Fantástico voltou na mesma área e constatou a extração ilegal de toneladas de toras de madeira nas terras indígenas protegidas.

Nos últimos 3 anos, conforme o MapBiomas, o desmatamento nas TI’s aumentou 138%. “Infelizmente essa situação havia sido cessada há uns 15 anos atrás, mas nos últimos três anos voltaram com toda força a explorar madeira ilegalmente dentro do Xingú”, lamentou Selva à reportagem.

Na terra indígena Menku, por exemplo, norte de Mato Grosso, dois caminhões lotados de toras de madeira foram apreendidos pela operação. Questionado pelos agentes, o transportador da carga afirmou que paga R$ 1.500 aos indígenas por viagem. Ele relatou, ainda, que já havia realizado por volta de 20 viagens num período de trinta dias. O maquinário apreendido foi encaminhado à prefeitura de Brasnorte.

Madeireira Medfaca, em Juína, foi multada pelo Ibama em R$ 20 mil e seu proprietário ficou preso por um dia. Já na madeireira Vila Rica, multada em 600 mil reais e que teve suas máquinas apreendidas, o Ibama e PF interrogaram Jailson Golçalves, caminhoneiro que admitiu ter transportado toras ilegais. Uma “fábrica de créditos” falsos também foi descoberta na operação por uma falha no Sisflora - Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais em MT.

As mais de 10 operações acompanhadas no período da reportagem resultaram em 37 milhões em multas aplicadas 29 autos de infração lavrados, 3 milhões em prejuízos nos equipamentos apreendidos ou destruídos (24 caminhões, 2 pá carregadeiras, seis tratores, 9 motocicletas e 10 motosserras); 10 madeireiras foram embargadas. Foi identificado o equivalente a 4 mil madeiras de toras de madeiras esquentadas em créditos fictícios. Quarenta pessoas foram indiciadas e as investigações de alguns deles continuam em curso. Três indígenas são investigados e 8 foram indiciados por crimes ambientais.

Nota Pública – Operação Maravalha IV
 
                O Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF), entidade que representa parte do setor de base florestal brasileiro e congrega 23 entidades sediadas em diversos estados, somando mais de 3.500 empresas associadas, vêm a público, após matéria veicula no programa Fantástico da Rede Globo (20.11.22), na noite de ontem, manifestar seu total apoio, a toda ação e operação dos órgãos ambientais competentes e força policial, que visem coibir crimes ambientais de qualquer natureza.
                Registramos nosso posicionamento rigorosamente condenatório aos atos ilegais, que ainda são praticados na atividade madeireira, incluindo os noticiados na reportagem, que desvendou a ação dos grupos criminosos, formados pela associação de madeireiros e indígenas, em um esquema de extração ilegal de madeira em sete terras indígenas; e posteriormente, fraude documental, visando a regularização do crime.              Uma triste realidade ainda vivida no nosso pais, que deve ser punida com os rigores da lei.
                Ressaltamos, que o setor de base florestar aqui representado pelo FNBF e seus associados, trabalham dentro da total legalidade, GERANDO EMPREGOS e MOVIMENTANDO A ECONOMIA do nosso estado de Mato Grosso, representando uma das principais bases econômicas de mais de 44 municípios mato-grossenses.
                Assim, como muito bem pontuado pelo Presidente do Fórum Nacional de Base Florestal, Frank Rogieri de Souza Almeida:
"A repressão aos crimes ambientais e o combate à exploração ilegal da atividade madeireira é, inclusive, de interesse do Fórum Nacional de Base Florestal, pois quem age na legalidade e dentro das normas ambientais não pode ser confundido com quem não respeita o meio ambiente e age de forma criminosa.
As ações ilegais retratadas na reportagem contaminam toda a cadeia produtiva, além de depreciar o valor de mercado da madeira nativa e desprestigiar aqueles que investem recursos e esforços para garantir o cumprimento da lei.
                O setor busca incorporar a sustentabilidade aos seus negócios, a partir da construção de legados econômicos, sociais e ambientais, gerando renda ao nosso país, juntamente com o Governo Federal, Governo Estadual e toda a sociedade. 
                Há ainda muito a ser feito, inclusive com a implementação de políticas públicas efetivas, que proporcionem a presença real do Estado dentro da Amazônia, tratando e acompanhando a vicissitudes locais, mas, destacamos que muito tem sido feito pelo setor produtivo organizado, cujo *objetivo primeiro é a produção legal com respeito ao meio ambiente, ficando aqui nossa defesa e apoio aos que trabalham dentro da legalidade. 

 
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