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Sexta-feira, 03 de maio de 2024

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REGIÃO DE RONDONÓPOLIS

Aldeia indígena vive tragédia com incêndio que dura mais de uma semana

Foto: Renan Dantas

Aldeia indígena vive tragédia com incêndio que dura mais de uma semana
A aldeia indígena de Piebaga, localizada em Rondonópolis (215 km de Cuiabá), tem sofrido com um incêndio florestal há dias, que ameaça as terras. Na última segunda-feira (28), uma equipe de bombeiros se deslocou até o local para combater as chamas que marcam mais um triste capítulo na história da comunidade.


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O jornalista Renan Dantas acompanhou toda a situação vivida no local, que se agrava a cada momento. A Fundação Nacional do Índio (FUNAI) lançou um apelo urgente na semana passada sobre o incêndio. Mas as chamas, alimentadas por condições climáticas adversas, desafiam os esforços humanos, transformando esta batalha contra o fogo em um teste devastador de resiliência.

A irmã Valdina, Catequista Franciscana e respeitada missionária indigenista do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), relata os esforços sobre-humanos em Piebaga. Os indígenas locais, demonstrando uma bravura que desafia a imaginação, conseguiram conter o avanço do fogo na última sexta-feira (25), após uma noite de combate exaustivo. No entanto, o sábado se arrastou sob o olhar inclemente das chamas, e noite após noite, eles enfrentaram o terror do fogo incontrolável.

A tragédia, porém, está longe de dar trégua. Na última segunda-feira, quando as chamas se espalharam impiedosamente pela aldeia, os bombeiros de Santo Antônio do Leverger chegaram para auxiliar.

O incêndio incontrolável ameaça não apenas vidas, mas a herança cultural de comunidades indígenas em Piebaga, criando um quadro desolador. Este desafio humano e ambiental destaca a urgente necessidade de investimentos em políticas de prevenção e combate a incêndios, bem como o reconhecimento do inestimável papel das comunidades indígenas na preservação de nossas florestas.

No meio desta tragédia, a solidariedade humana se destaca, unindo bombeiros, missionários e comunidades locais em um esforço conjunto para enfrentar um inimigo ardente. Mas é também um triste lembrete de que, quando a natureza se enfurece, a humanidade sofre, demonstrando resiliência e compaixão em meio à devastação. 

A Vice Cacique Jakomearegecebado, da Adelia Arareau, nas terras indígenas Boe Bororo, deu seu relato sobre a situação crítica que vivem as comunidades indígenas. Enfrentando não apenas o fogo devastador, mas também a falta de recursos, eles buscam desesperadamente ajuda e solidariedade para preservar suas vidas, culturas e territórios. É uma situação profundamente triste e complexa que exige uma resposta imediata e eficaz.

Confira o relato na íntegra:

No domingo, dia 20, as chamas selvagens irromperam na aldeia Piebaga, Terra Tereza Cristina, e desde então, o fogo implacável engoliu vastas extensões da Terra Indígena Tereza Cristina, um território que representa a herança ancestral dessas comunidades.

O alerta precoce veio na segunda-feira, dia 21, quando por volta das 14 horas, pessoas que se aventuravam a pescar nas proximidades foram os primeiros a dar o alarme. As condições extremas, com um calor abrasador, obrigaram a equipe a esperar antes de descer a Serra e encarar o incêndio. O desespero tomou conta quando a Vice Cacique e sua mãe, Cacique da aldeia Arareau, perceberam a proximidade das chamas em sua própria área, e na área vizinha. 

O apelo à Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e ao corpo de bombeiros foi imediato, mas os recursos e o pessoal eram limitados. Com poucos homens disponíveis e a maioria da comunidade composta por mulheres e crianças, a situação se agravou rapidamente. A Vice Cacique Jakomearegecebado compartilha sua preocupação de que, se o incêndio não for contido nos próximos dias, poderá atingir a aldeia Arareau, deixando a comunidade em perigo iminente.

As condições climáticas adversas, com capim seco e ventos fortes, tornaram o combate ao fogo ainda mais desafiador. A comunidade luta com recursos limitados, incluindo a falta de veículos e combustível, enquanto a aldeia vizinha, Piebaga, já enfrenta uma semana de fumaça e problemas de saúde decorrentes do incêndio.

*com informações de Renan Dantas 
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