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Quinta-feira, 16 de maio de 2024

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CASO THEO

Veterinário reforça necessidade do uso de coleiras e focinheiras em cães de grande porte para evitar ataques

Foto: Reprodução/Canva

Veterinário reforça necessidade do uso de coleiras e focinheiras em cães de grande porte para evitar ataques
Um caso ganhou repercussão durante a semana, envolvendo o ataque de um cachorro da raça Pitbull, ao jovem de 18 anos, João Lucas Dorilêo Araújo, e seu cão da raça Shih-tzu, Theo. Na ocasião, Theo precisou ser internado em estado grave, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Veterinário Cândido Mariano, e passar por uma cirurgia no fêmur. João teve uma lesão na mão, em decorrência da forte mordida do animal.


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Em conversa com o Olhar Direto, o médico veterinário William Schmidt, que acompanha o caso de Theo, contou um pouco sobre as lesões causadas pelo ataque do Pitbull e quais cuidados os tutores precisam ter com animais de comportamento agressivo, e principalmente, sobre a condução durante passeios em locais públicos.

“O Theo chegou no domingo (27), com um quadro bem preocupante. Ele apresentava algumas alterações importantes, com picos de hipertensão, um quadro neurológico, onde estava meio aéreo, que a gente considera como choque neurogênico. Ele também tinha hemorragia ocular em ambos os olhos e tinha um trauma por mordida no membro posterior esquerdo. Não tinha feridas profundas, mas o membro estava bem demaciado e com bastante sensibilidade dolorosa no local”, disse William.  

“Dado esse quadro neurogênico e a possibilidade dele ter tido ruptura de bexiga, a gente colocou ele na UTI, nas primeiras 24 horas, onde ele fez raio-x, ultrassom abdominal e teve acompanhamento. A princípio, a gente descartou a possibilidade de ruptura de órgãos, como baço, bexiga e fígado, não tinha hemorragia, não tinha nada correlacionado a esse tipo de situação, porém ele tinha um quadro de luxação do fêmur, provavelmente em decorrência do trauma ali da mordida, foi puxado e acabou deslocando a cabeça do fêmur dele do local, e bastante dor”, completou.

O caso de Theo foi considerado um milagre para alguns membros da equipe veterinária, e ele respondeu bem ao tratamento nas primeiras horas após a entrada na clínica. Ele saiu do choque neurogênico e ficou na fluidoterapia, com aplicação de analgésicos e opioides para controle da dor.

Com o passar das 24 horas de observação, o quadro de hemorragia foi descartado e Theo precisou passar por uma cirurgia de correção da luxação no fêmur.

“A luxação foi bem severa, então, tivemos que fazer um procedimento onde a gente remove a cabeça do fêmur e ali no local vai formar uma pseudoarticulação agora, onde ele vai conseguir manter essa perninha funcional e vai conseguir andar normalmente”, disse.

Os cães da raça pitbull são conhecidos por um comportamento feroz, no entanto, William reforça que boa parte dos cachorros desta raça são dóceis e de fácil manipulação. Porém, todo animal pode ser territorialista e possuir um comportamento mais agressivo, independentemente da raça.

“Eu tenho vários pacientes dessa raça que são bem tranquilos, mas tem cães, isso dentro de todas as raças, que são mais territorialistas, e que às vezes acabam sendo mais agressivos quando se encontram com outros animais. E existem cães com comportamento mais agressivo mesmo, isso não só por conta da raça, mas sim do próprio cão, que pode atacar outras pessoas, mas isso não está só relacionado à raça”, disse.

No entanto, os ataques de pitbull são mais evidentes pois é um cachorro que possui a mordida muito forte, e quando ocorrem esses episódios, geram acidentes com lesões maiores, podendo levar até a morte.

Para evitar qualquer ataque de cães, William afirma que o essencial é a conscientização dos tutores, pois nenhum animal deve ficar desacompanhado em espaços públicos. Os cachorros devem sempre estar com coleiras, peitorais e com guias curtas, com controle maior. Além disso, animais com comportamentos mais agressivos, devem usar focinheiras o tempo todo.

“A focinheira impede que uma pessoa ou animal se machuque na ocasião de um ataque, porque cachorros de grande porte possuem mordidas muito fortes”, afirma o veterinário.

A Lei Estadual 11.072/2020, define a proibição de circulação dos cães de qualquer porte ou raça, sem a utilização de coleira e guia curta, e obriga o uso de focinheira em animais com comportamento agressivo ou de grande porte. Além disso, cães maiores devem ser conduzidos por maiores de 18 anos.

O que fazer em um ataque

William também explica algumas medidas que podem ser tomadas para evitar acidentes piores durante um ataque por um animal agressivo. Ele afirma que o ideal é tentar amedrontar o cão que está vindo em sua direção.

“Pode ser de qualquer forma, seja com uma vara ou outro objeto. Na hora que ele vir, você ir para cima dele com um pano ou outro objeto, fazendo com que ele tenha medo e não chegue a atacar. Mas muitas vezes esses meios acabam não surgindo efeito. O ideal mesmo é que esse animal não esteja na rua, solto, gerando essas situações”, disse.

Outro meio seria evitar movimentos bruscos quando o cão estiver se aproximando. “Não se deve correr, porque isso pode estimular o ataque. Também não pode fixar o olhar nesse cão. Sempre sair devagar, sem dar as costas para o animal, porque são coisas que podem estimular”.

“Caso aconteça o ataque, o ideal é tentar se proteger, principalmente as partes vitais, como cabeça, pescoço, barriga, que são locais que se o animal morder, podem causar acidentes mais graves. Tentar proteger essas regiões e se desvencilhar dele”, completou Schmidt.

Recorrência de casos

Segundo William, casos envolvendo ataques de animais soltos nas ruas, não é muito comum na clínica veterinária onde trabalha. A maior frequência de animais feridos por outros, envolve cães que moram no mesmo ambiente.

“Muitas das vezes, os pacientes que atendemos, ocorrem por animais da mesma casa, por disputa territorialista ou ciúmes. Animais que entram em briga e acabam se ferindo. Mas recebemos pacientes atacadas por animais na rua também”.
 
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