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Domingo, 28 de abril de 2024

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POUCO AUXÍLIO NA RUA

Estacionamento rotativo começa a funcionar em Cuiabá, mas deixa população confusa por falta de orientação

Foto: Olhar Direto

Estacionamento rotativo começa a funcionar em Cuiabá, mas deixa população confusa por falta de orientação
O novo sistema de estacionamento rotativo no centro de Cuiabá, nomeado de Cidade Verde Estacionamento Rotativo Digital, tem deixado a população confusa sobre o seu funcionamento. Em implantação desde o final do ano passado, o sistema começou a operar na terça-feira (20), e é criticado por muitos.


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O Olhar Direto esteve em alguns pontos onde há operação do sistema, que abrange 2.300 vagas, para motos e carros, e notou algumas falhas apontadas por cuiabanos. Uma das principais reclamações é a falta de funcionários da empresa CS Mobi Cuiabá, concessionária vencedora da licitação.

Ao circular pela região próxima à sede da Prefeitura de Cuiabá, o Palácio Alencastro, motociclistas reclamaram que não havia ninguém para orientar sobre o funcionamento e pagamento. Um deles, que preferiu não se identificar, chegou na vaga, estacionou e não achou nenhum totem para pagamento ou pessoa para perguntar sobre o pagamento.

O cuiabano não sabia como proceder com o estacionamento, e nem que havia um aplicativo para realizar o pagamento. Ele ficou com medo de deixar a motocicleta na vaga enquanto ia no comércio.

Em conversa com um dos orientadores, funcionário da CS Mobi, que não pode se identificar, foi informado à reportagem que o serviço está na fase de orientação à população, e a cobrança efetiva inicia dia 1º de março, ou seja, quem não estiver dentro da norma e não realizar o pagamento, poderá ser penalizado. No momento, os orientadores conversam com os clientes e deixam panfletos parabenizando pelo uso correto ou advertindo o veículo estacionado de forma irregular.
 
Conforme orientado, utilizar uma das vagas sem efetuar o pagamento da tarifa, a partir de R$ 3,40, após o vencimento o tempo permitido ou exceder o tempo máximo de estacionamento na mesma vaga, condiciona ao pagamento da tarifa de pós utilização, no período de sete dias corridos, sendo que o valor a ser pago será dez vezes o valor da tarifa de uma hora, ou seja, R$ 34, acrescido do valor correspondente ao tempo em que o veículo permaneceu estacionado.

No caso do não pagamento da tarifa de pós-utilização dentro do prazo, acarretará em uma multa de R$ 195,23 e uma penalidade de cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).



Críticas

O pedreiro Riber Barbalho está trabalhando em uma obra na região central da capital e acompanha a insatisfação da população com o estacionamento rotativo. Ele relatou ao Olhar Direto que conversa com as pessoas que param na rua, e grande parte não aprova a medida. Muitos também não sabem como proceder com o pagamento e o que aconteceria com o veículo.

“A nota pra esse estacionamento é zero. É só um jeito de tirar dinheiro do contribuinte. O pessoal não está sabendo o que faz. Esse senhor já era para ter ido lá resolver o problema dele, aí agora está esperando a boa vontade de vir um funcionário. Eu estou aqui desde as 7h e não vi ninguém aqui. Quando um funcionário aparece, ele notifica, e consegue ver por meio do número da placa se a pessoa fez o pagamento ou não, e com a notificação, tem que pagar depois”, disse Riber.

Já a comerciante Romilda, proprietária de uma loja de roupas femininas, aprovou a implantação do estacionamento rotativo pago. Segundo ela, sempre foi difícil encontrar vagas no centro da cidade, pois há  poucas, e com a medida, os clientes conseguem parar para ir ao comércio.

“Estou achando ótimo, porque aqui sempre teve falta de vagas. Para estacionar aqui, tinha que chegar 7h, e eram os mesmos carros de quando você chegava, que ficam o dia inteiro.  Eu acho super válido, acho que tinha que ser feito mesmo e concordo com a medida”, disse.

“Os clientes gostaram, mas o que está faltando é gente na rua para orientar, dar assistência. As pessoas não sabem que tem o aplicativo, e estão ficando muito pouco tempo os orientadores. A maioria vem parar aqui na loja para perguntar do estacionamento. A gente até guardou um panfleto que deixaram na porta da loja, nem foi entregue em mãos. Eu abri, estava na porta. Aí eu mostro para eles e baixam o aplicativo. O que a gente pode fazer para ajudar, estamos fazendo, mas está faltando gente para orientar”, complementou Romilda.

Ainda segunda a comerciante, anunciaram que seria colocado um parquímetro na região, que ainda não foi instalado. Para ela, é complicado colocar o estacionamento para funcionar sem estar tudo 100% pronto, mas ela aprova a medida e acha que deveria ter sido feito antes. Romilda também falou que quem trabalha no centro acaba precisando recorrer aos estacionamentos mensalistas, mas afirma que é mais barato que estacionar na rua.

“Cada um tem que correr atrás agora, porque o estacionamento na rua tem que ter prioridade para os clientes. Eu concordo e sou a favor”, finalizou.



Como funciona

Nesta fase inicial, das 2.300 vagas disponíveis, 339 são destinadas a carros e camionetas; 649 para motos, 99 para idosos, 60 para carga e descarga, 48 para táxi, 40 para curta duração, 34 para Pessoas Com Deficiência (PCD), 31 para moto táxi e uma para ambulância.


 
A CS Mobi Cuiabá anunciou que além dos 30 postos de vendas que serão distribuídos pela cidade, a concessionária também está disponibilizando 60 orientadores nas ruas, preparados para orientar os usuários dos parquímetros e do Aplicativo Digipare, disponível para as Plataformas iOS e Android e que podem ser baixados através do link.

Os 100 parquímetros instalados poderão ser operados nas etapas 1 e 2 do estacionamento rotativo, que engloba os seguintes locais:

- Praça Rachid Judy;
- Rua Barão de Melgaço;
- Rua Comandante Costa;
- Rua Des. Ferreira Mendes;
- Rua Joaquim Murtinho;
- Rua Nossa Sra. de Santana;
- Travessa da Justiça;
- Travessa Dona Elvira;
- Travessa João Dias;
- Rua Barão de Melgaço;
- Avenida Isaac Póvoas;
- Avenida Presidente Getúlio Vargas;
- Avenida São Sebastião;
- Avenida Senador Filinto Muller;
- Praça 8 de Abril;
- Praça Pres. Eurico Gaspar Dutra;
- Praça Santos Dummont;
- Rua 24 de Outubro;
- Rua Batista das Neves;
- Rua Brigadeiro Eduardo Gomes;
- Rua Cândido Mariano;
- Avenida São Sebastião;
- Rua Estevão de Mendonça;
- Rua Presidente Castelo Branco;
- Rua Senador Vilas Boas.
 
O horário de funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, e aos sábados, das 7h às 13h. O estacionamento tem tolerância para os primeiros 10 minutos, para que o usuário possa fazer a ativação do pagamento por meio do Aplicativo Digipare. O tempo máximo para permanência nas vagas é de 4 horas, depois disso, o usuário terá que deixar a vaga livre, dentro do compromisso de rotatividade de vagas.
 
Os usuários com Deficiência (PCD) não pagam, no entanto, devem realizar o cadastro de isenção na Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob), como determinam a Lei 504/2021 e o Decreto nº 9.868, de 30/10/23, da Prefeitura de Cuiabá, que normativa as atividades do estacionamento. Os mototaxistas (entregadores), dentro dos 10 minutos de tolerância, não pagam. Para obter a isenção, também devem se dirigir à Semob para preencher formulário e estar identificados (motos plotadas em verde) para utilização das vagas exclusivas. Cada caso deverá apresentar os documentos necessários para regularização.

Veja vídeo de como é o parquímetro:

 
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