O deputado estadual Gilberto Cattani (PL) afirmou que vai convocar testemunhas da morte do idoso João Pinto, 87, para prestar esclarecimentos sobre o caso na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Invasão Zero, instaurada na Assembleia Legislativa de Mato Grosso e que investiga invasões de terras.

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João foi morto a tiros por um policial civil da Delegacia Especializada de Estelionato, na manhã da última sexta-feira (23), na região do Contorno Leste, em Cuiabá. Um dia antes, na quinta-feira (22), Cattani e outros dois deputados que integram a Comissão se encontraram com o homem para apurar invasões de terras em propriedades dele e outras localizadas vizinhas. 

Cattani classificou a ação policial que vitimou João como covarde. Ele confirmou que o homem tinha a visão comprometida e também apresentava problemas de audição, a ponto de ser necessário gritar para ser compreendido. 

"João Pinto teve sua propriedade invadida de forma violenta e passou por uma situação difícil. Nós sabemos que naquela manhã ele teve uma discussão com alguns invasores. Ele era uma pessoa que enxergava pouco, a audição era praticamente zero”, contou. 

“Um dia antes nós visitamos a propriedade, falamos com ele, inclusive não conseguimos ter quase um diálogo porque ele não escutava quase nada na distância que nós estávamos. Tínhamos que gritar com ele para poder entender alguma coisa. Ele foi assassinado de maneira covarde, era uma pessoa que estava sob uma pressão violenta porque teve toda a sua propriedade invadida. É uma coisa absurda”. 

A ida à região foi uma das primeiras agendas da Comissão. Cattani esteve acompanhado dos deputados Carlos Avallone (PSDB), relator, e Fabio Tardin (PSB) - membro titular. Segundo Cattani, o grupo de investigação irá se debruçar sobre o caso com a convocação de possíveis testemunhas em busca de esclarecimentos. 

“Nós vamos apurar tudo pela CPI, principalmente o que vem acontecendo naquele Contorno Leste. Vamos convocar as pessoas para que esclareçam os fatos todos e vamos fazer de tudo para que a Justiça seja feita”, afirmou.  

Corregedoria

A Polícia Civil confirmou que o caso está sendo acompanhado pela corregedoria. 

"Sobre o homicídio ocorrido na data de hoje na região do Contorno Leste, em que o autor do disparo trata-se de um policial civil, a Delegacia de Homicídios realizou o atendimento, com o acompanhamento da Corregedoria da Polícia Judiciária Civil. Todo o trabalho de investigação já teve início, inclusive da perícia. A coleta de imagens e demais provas técnicas foram requisitadas, para as providências cabíveis".