Responsável e sempre lembrado pela prisão de João Arcanjo Ribeiro na Operação Arca de Noé, na época em que foi procurador da República, o ex-governador Pedro Taques questionou o fato de o ex-bicheiro ainda ter influência e ser reverenciado por parte da sociedade poucos anos após deixar a prisão.
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Arcanjo foi preso em 2002, em decorrência da operação deflagrada a partir da atuação de Taques junto a outros três procuradores, 22 promotores de Justiça, 100 homens das polícias Rodoviária Federal, Civil, Militar e Federal.
“Ele cumpriu a pena dele, 15 anos conforme a denúncia que fiz, e R$ 1 bilhão, que está lá no Supremo até hoje, vem para a União Federal”, disse, em entrevista ao programa Roda de Entrevista, da TV Mais, nesta quinta-feira (21).
“Hoje nós temos o que se denomina de uma sociedade de risco, uma sociedade que é líquida, isso significa que é tudo muito rápido. Parece uma música do Titãs, ‘o último sucesso dos últimos 15 minutos’. Vai se esquecendo alguns escândalos, vai se esquecendo algumas pessoas. Tem lavagem de dinheiro e lavada de pessoas”, acrescentou.
Após passar 15 anos preso sob a acusação de comandar o crime organizado em Mato Grosso, Arcanjo foi solto em fevereiro de 2020. Desde então, voltou aos poucos à vida social.
Nas últimas semanas, Arcanjo foi assunto na mídia e nas redes sociais. Participou de evento em Várzea Grande, com a presença do governador Mauro Mendes (União) e de outras autoridades, na inauguração da Estação de Tratamento de água da Barra do Pari. Na ocasião, foi tietado pela população.
Além disso, o ex-comendador também virou influencer nas redes sociais para divulgar um spa, em Cuiabá. Por fim, teve uma foto no gabinete do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), no Palácio Alencastro, no pedido de afastamento do gestor.
Nas investigações sobre suposta corrupção na Saúde da capital, o MPE citou que João Bosco da Silva, apontado como “laranja” de um esquema, era compadre de Arcanjo e mantinha proximidade com Emanuel. Tanto que tirou selfie com ambos, na sede da prefeitura.
Ouros casos
Ao falar de Arcanjo, Taques também questionou o resultado de outras investigações contra o ex-governador Silval Barbosa e o ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Geraldo Riva.
“Cadê o dinheiro da delação do Silval, R$ 1 bilhão? Ele devolveu? A delação do Riva, dizem que devolveu R$ 500 milhões?! Talvez se o meu governo tivesse tido R$ 1,5 bilhão teria sido um pouco melhor”, pontuou.
