O governador Mauro Mendes (UNIÃO) fez duras críticas nesta quarta-feira (3) à manifestação de povos indígenas que são contrários à construção da Ferrogrão, ferrovia que ligará Sinop, na região Norte do Estado, ao porto de Miritituba, no Pará. Questionado sobre essa posição dos povos indígenas, Mendes disparou e sugeriu que eles estariam a serviço de Organizações Não Governamentais (ONGs) e do presidente da França, Emmanuel Macron.

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“Com todo o respeito aos meus amigos índios, o que eles têm a ver com isso? O que isso impacta na vida deles? Devem estar a serviço de alguma ONG, a serviço do Macron”, disparou o governador em entrevista à imprensa nesta quarta-feira (3).  

O chefe do Palácio Paiaguás reforçou sua posição quanto às críticas ao modal feitas principalmente pela França e pela Alemanha, duas potências da União Europeia. Ele diz que a questão central envolve uma briga de interesses econômicos e afirma que esses dois países não têm preocupação com o meio ambiente do Brasil ou com os povos indígenas. De acordo com Mendes, se a construção da ferrovia “é ruim para o Macron, é bom para o Brasil, é bom para o agronegócio brasileiro”.

O governador afirmou também que a Ferrovia não vai ser construída de nenhuma Terra Indígena. “Não passa no meio de nenhuma reserva indígena, gente. Chega no Pará, tem uma reserva indígena do outro lado do rio, dentro de uma cidade. Não é reserva. Existem alguns índios que moram dentro da cidade”. 

“Eu quero que esses índios expliquem por que é que eles são contra. Porque eles estão defendendo os interesses dos produtores franceses? Então o que eles vão lá pedir: saúde pro Macron, eles vão pedir assistência pro Macron, estrada pro Macron”, disse. 

Mendes revelou ainda ter ouvido do cacique Raoni um pedido para o governo asfaltar uma estrada que passa pela aldeia do líder indígena. “Ele pediu pra mim, está gravado pedindo. Vai fazer com dinheiro de quem? Do senhor Macron? Ou do governo de Mato Grosso, dos contribuintes de Mato Grosso que pagam impostos aqui?”. 

Segundo o comandante do Executivo estadual, a ofensiva do governo francês se deve  ao fato de a agricultura dele ser ineficiente. Por outro lado, Mendes diz que a agricultura de MT é uma das mais competitivas e eficientes do planeta.