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Segunda-feira, 29 de abril de 2024

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ENTENDA

Um dos 25 agrotóxicos usado por pecuarista que desmatou Pantanal possui composto utilizado na Guerra do Vietnã

Foto: Reprodução

Um dos 25 agrotóxicos usado por pecuarista que desmatou Pantanal possui composto utilizado na Guerra do Vietnã
Um dos agrotóxicos utilizados pelo pecuarista Claudecy Oliveira Lemes, para desmatar 80 mil hectares no Pantanal mato-grossense com o objetivo de criar pastagens para gado, é o mesmo que foi usado pelos Estados Unidos durante a Guerra do Vietnã. Ao todo, foram 25 herbicidas, sendo que um possui a substância 2,4-D, a mesma presente na composição do agente laranja.


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O agente laranja é um desfolhante químico altamente tóxico e foi usado pelas tropas americanas para o desmatamento das florestas do Vietnã, com o intuito de impedir que os soldados inimigos se escondessem embaixo da vegetação.
 
Segundo o professor da Universidade Federal de Mato Grosso, Wanderlei Pignati, o agente químico pode ter atingido uma área muito maior do que as já desmatadas.
 
“Ele é bastante estável e é carregado pelo vento a 20, 30 quilômetros longe, vai atingir outras cidades, outros sítios e outras áreas de plantação. Vai muito além do que se imagina”, disse em entrevista ao Fantástico, veiculada no domingo (14).
 
Segundo os investigadores do caso, Claudecy pretendia aniquilar a vegetação mais alta, resultando em imensas manchas cinzas na paisagem, formada por árvores que perderam suas folhagens.
 
A aplicação dos agrotóxicos foi feita durante três anos, e conforme investigado, só com a compra deles, o pecuarista desembolsou R$ 25 milhões. Foram aplicadas toneladas dos herbicidas a cada pulverização por meio dos aviões agrícolas.
 
Ainda segundo a reportagem do Fantástico, o pecuarista comprou cerca de 240 toneladas de capim especial para pastagem, uma espécie exótica para o Pantanal.



Confira a reportagem completa, veiculada no Fantástico aqui.
 
Entenda o caso

A Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema), realizou, entre os dias 8 e 12 de abril, a segunda fase da Operação Cordilheira, para cumprimento de ordens judiciais de arresto, sequestro e indisponibilidade de bens referente ao desmate químico em uma área de mais de 80 mil hectares de 11 propriedades no Pantanal.

Pelo crime ambiental cometido, um único infrator foi multado em mais de R$ 2,8 bilhões, a maior sanção administrativa já registrada pela Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema-MT). 

A investigação foi iniciada em 2022, após denúncia de que uma propriedade rural, localizada no município de Barão de Melgaço (a 109 km de Cuiabá), estava utilizando agrotóxico na região do Pantanal com a finalidade de promover a limpeza de vegetação nativa, denominado “desmate químico”. 

A conduta investigada resultou na mortandade de espécies arbóreas mediante o uso irregular e reiterado de 25 tipos de agrotóxicos em área de vegetação nativa, promovendo o desmatamento ilegal em 11 propriedades rurais.  

A aplicação dos produtos tóxicos se deu por via aérea, o que agrava ainda mais a situação.

O Pantanal, por se tratar de área alagada, possibilita que as substâncias químicas sejam conduzidas pelas águas e atinjam a fauna, a ictiofauna e até mesmo os seres humanos, com a contaminação dos rios.

Além do órgão ambiental, a operação contou com o apoio do Ministério Público Estadual (MPE), da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) e do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea-MT). 
 
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