Pré-candidata a prefeita de Sinop (500 km de Cuiabá), a empresária Mirtes da Transterra (Novo) descartou a possibilidade de uma coligação e eventual formação de chapa como vice do atual prefeito Roberto Dorner, pré-candidato à reeleição pelo Partido Liberal (PL), ex-legenda de Mirtes. A afirmação foi dada em entrevista ao Olhar Direto nesta quinta-feira (18), dois dias depois dela desfilar pela ruas de Sinop ao lado do ex-presidente.
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“Não existe nenhuma chance de eu me aliar com ele. Como eu falei, nós não somos inimigos, mas nós somos oposição. E ele fez algumas alianças ali com o lado de esquerda, e eu não compactuo com isso. Mas é só uma oposição política mesmo”, declarou Mirtes à reportagem.
Essa possibilidade havia sido levantada pelo presidente do Partido Liberal em Mato Grosso, Wellington Fagundes, quando questionado do racha ocorrido na sigla após a filiação de Roberto Dorner. Insatisfeitos com o novo correligionário, Mirtes e o vice-prefeito Dalton Martini migraram para Novo e Podemos, respectivamente.
Enquanto estavam filiados ao PL, a dupla almejava emplacar suas pré-candidaturas à prefeitura de Sinop pelo partido de Bolsonaro e, ao mesmo tempo, obter o apoio do ex-presidente.
No dia seguinte a conturbada chegada da Dorner, o ex-chefe do Palácio do Planalto e os deputados Gilberto Cattani e Amalias Barros, ambos do PL, realizaram uma chamado de vídeo com a participação de Mirtes da Transterra como forma de “tranquilizá-la” e dizer que, apesar do imbróglio e da crise instaurada naquele momento, não havia martelo batido com relação a apoios.
Mirtes, porém, deixou o partido e migrou para o Novo. À reportagem, ela afirmou que tomou essa decisão porque a preferência de pré-candidatura é do atual prefeito, como determina a convenção. Nesse caso, o beneficiado seria Roberto Dorner.
“A própria convenção diz que a preferência é do atual gestor. Então se eu estava no PL, assim como estava o Dalton, a preferência seria dele. Não precisava nem mais ter discussão de convenção. A preferência é dele [Roberto Dorner]”, disse. “Então como eu tenho intenção de continuar com minha pré-candidatura, automaticamente eu tive que sair. Não me restou opção”, explicou.
O nome de Dorner, no entanto, não é unanimidade dentro do PL em Sinop e enfrenta forte resistência da bancada de deputados do partido. Durante o evento com Bolsonaro na Capital do Nortão na última quarta-feira, o prefeito, por duas vezes, foi impedido de subir na caminhonete em que o presidente desfilou pelas ruas da cidade. Ao lado dele, porém, estava Mirtes.
A empresária foi questionada pela Olhar Direto se, durante sua permanência com Bolsonaro, tratou com o ex-presidente sobre a possibilidade dele apoiá-la. E negou. Segundo ela, a conversa entre eles dois se deu em um tom mais informal. “O momento com muita gente não deu pra entrar em detalhes”. “No momento certo ele vai se manifestar da maneira certa”.
Mirtes, por sua vez, disse que migrou para o PL com o apoio inicial do deputado Catani e independente do apoio de Bolsonaro. “E entrei porque eu quero fazer Sinop independente”, declarou.
“Eu sou pré-candidata da direita. Mas eu entendo que nós [ela e Bolsonaro] estamos em partidos diferentes e eu não entrei na política por causa do apoio do Bolsonaro. Quando eu entrei eu nem tinha o apoio dele, nem nada. Eu entrei porque eu estou defendendo Sinop”, enfatizou.
Apesar de estarem em partidos diferentes, a empresária mantém expectativa pelo apoio do ex-presidente. Durante a visita dele em Sinop, a reportagem apurou que o nome da empresária foi elogiado para Bolsonaro. Soma-se a isso também a rejeição de Dorner por políticos do PL próximos do ex-mandatário.
