A polarização a qual o Brasil esteve mergulhado nas eleições presidenciais de 2022, com o presidente Lula (PT) de um lado e Jair Bolsonaro (PL) de outro, pode se repetir no pleito que ocorre daqui a 5 meses, em outubro, segundo avaliação do governador Mauro Mendes (UNIÃO). Para ele, novos enfrentamentos entre direita e esquerda vão ser um “componente importante e determinante no resultado das eleições 2024”. 

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A fala aconteceu durante entrevista ao programa Macro em Pauta, da Revista Exame, especializada em economia, negócios, política e tecnologia, quando Mendes foi questionado se o tema segurança pública seria um dos principais das eleições municipais deste ano. 

O governador, em sua resposta, disse que embora a corrida para as chefias municipais historicamente sejam pautadas pelos interesses locais, há de se observar uma mudança de cenário nos últimos anos: a polarização. Ele citou a ascensão da direita que se viu representada na persona do ex-presidente Jair Bolsonaro e a volta do PT ao Palácio do Planalto.  

“O Brasil nos últimos anos ele vive um fenômeno onde houve um ressurgimento daquilo que se chama de direita. E a esquerda, que historicamente vinha num processo que começou com os movimentos sociais e chegou ao poder com o presidente Lula em 2003, depois enfraqueceu pelos resultados. Aí veio o presidente Bolsonaro que representava um pouco desse chamado pensamento de direita. E fato é que houve essa polarização daquilo que se chama de direita e de esquerda, muito embora isso não está muito claro para a maior. Mas existe uma polarização”, disse.  

“As eleições municipais elas tendem sempre ser uma discussão mais local: sobre o problema do lixo, do bairro, da escola, qualidade do asfalto e qualidade da vida urbana. Mas eu acredito que esta polarização entre direita e esquerda vai ser uma componente importante e determinante no resultado das eleições 2024. E assim sendo, isso vai apontar muito claramente qual deverá e qual provavelmente será o rumo em 2026. Essa polarização vai estar presente em 2024 e acho que vai ser determinante em 2026”, completou.

O governador ressaltou que teme a continuidade da polarização e disse que não deseja e nem acha sensato essa divisão ao Brasil. Em seu entendimento, diz, faltam propostas e discussões mais aprofundadas sobre problemas reais que o país enfrenta.  

“Muito mais do que debater se é esquerda ou direita, nós temos que entender os problemas e ter alternativas para eles. Nosso país está evoluindo numa velocidade de  20 km/h a 30 km/h, eu nao outro estão a 50 km/h 80 km/h 100 km/h. Essa velocidade pode custar caro em algum momento”, observou. 

Ele completou e disse que existem problemas claríssimos que vão acontecer no Brasil, mas os gestores, segundo ele, querem apenas “olhar para o próximo mandato e tomar decisões baseadas no que dá voto". 

“É assim que o Brasil vai se arrastando ao longo de sua história e vamos ver até onde isso vai dar certo. E a tendência é algum momento dar errado", criticou.