A declaração do presidente do Superior Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Gilmar Mendes, afirmando que o CNJ não vai interferir na questão da greve dos servidores em Mato Grosso fortaleceu o discurso do movimento sindical. “Com a fala do ministro fica ainda mais evidente que o fim da paralisação está somente nas mãos da presidência do Tribunal de Justiça, que falta boa intenção para resolver o impasse”, disse o presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário (Sinjusmat), Rosenwal Rodrigues.

Em visita a Cuiabá neste fim de semana, Mendes disse que não era seu papel intermediar a paralisação dos servidores com o TJ e argumentou saber apenas de determinação do Conselho para o não-pagamento de algumas verbas, mas não sabia “até que ponto a determinação do CNJ repercutia nas controvérsias aqui”.

O presidente do sindicato explica que o Conselho suspendeu apenas o pagamento de certidão de crédito, uma forma de pagamento individual feito por meio da Secretaria de Fazenda. “Quando esse método era utilizado, apenas quem tinha influência política conseguia receber os vencimentos. Este foi o único tipo de pagamento suspenso pelo CNJ. Portanto, não há nenhum outro proibitivo conforme alega o TJ”, diz.

Outra vitória apontada pelos sindicalistas em favor do movimento grevista é o indeferimento da liminar da Ordem dos Advogados do Brasil, a qual solicitava o cumprimento de serviços urgentes. “Acontece que mesmo paralisados nunca deixamos de atender os serviços de urgência. O desembargador José Jurandir de Lima reconheceu o direito de greve dos servidores e indeferiu o pedido da OAB”, lembra Rodrigues.

A estimativa do Sinjusmat é de que 95% dos 5.500 servidores estaduais estejam paralisados desde o dia 16 de novembro. Sem novas negociações, continua sem previsão o fim da greve.