A diretoria do Flamengo, que no início da noite do último sábado emitiu nota oficial afastando preventivamente o alto funcionário do clube denunciado por pedofilia, pretendia demitir o acusado devido à repercussão negativa que o assunto ganhou dentro do clube, mas foi aconselhada pelo departamento jurídico a não tomar tal medida.

Mergulhado numa dívida que ultrapassa os R$ 400 milhões, os advogados rubro-negros temem que o acusado acione o clube na Justiça caso a polícia não consiga provar que as denúncias sejam realmente verdadeiras. Além disso, o alto funcionário, segundo conselheiros do Flamengo, seria integrante da diretoria do Sindicato dos Empregados de Clubes do Rio de Janeiro, o que dificultaria uma demissão sumária.

O alto funcionário do Flamengo foi denunciado por ter, segundo uma testemunha, oferecido R$ 100 a um menor de cerca de 10 anos, frequentador do clube e ligado a um diretor, para acariciar o pênis do menino nas imediações da sede da Gávea. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Crianças e Adolescentes Vítimas (DCAV).

No início do mês, o clube tomou uma atitude semelhante com o caso de indisciplina do craque Petkovic, que teria seu contrato rescindido após ter abandonado o Maracanã no intervalo do Fla-Flu, inconformado por ter sido substituído pelo técnico Andrade. Orientado pelo departamento jurídico, o vice de futebol Marcos Braz apenas afastou o sérvio por duas semanas.

Petkovic voltou ao Flamengo no ano passado, após negociar uma dívida de cerca de R$ 15 milhões com o clube. Atualmente, o jogador, que tem contrato até maio, recebe salários de R$ 70 mil, e a partir deste mês começará a receber a primeira de 48 parcelas mensais de R$ 200 mil, acordadas judicialmente.