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Sábado, 25 de maio de 2024

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Civic Si 2010 instiga por R$ 104.225

Foto: Reprodução

Civic Si 2010 instiga por R$ 104.225

Ele é o melhor esportivo nacional. Mas é também o mais caro: R$ 104.225. Por R$ 40.135 a mais que um Fiat Punto T-Jet, o Honda Civic Si traz câmbio de 6 marchas, controle de estabilidade e tração, diferencial com escorregamento limitado, rodas de 17” com pneus 215/45 e motor 2.0 16V de 192 cv capaz de girar a até 8.400 rpm. Entendeu agora o por que do preço?

Para saber se o Si vale esse cheque gordo, andamos com o carro na cidade e na estrada por alguns dias. Embarque conosco nessa viagem a mais de 8.000 rpm e confira a opinião de alguns motoristas sobre a máquina de origem japonesa – que, vale lembrar, é um carro nacional fabricado em Sumaré (SP).

César Tizo

Nervoso ele é, mas ainda sim um Civic na essência. Se esse Honda já é bom em suas versões com motor 1.8, agregar à sua dirigibilidade o tempero do motor 2.0 com duplo comando de válvulas variável transformou o Si em um carro apaixonante. Bem, pelo menos quando você não encara horas no trânsito. Apesar do câmbio de engates curtos e precisos, a embreagem é mais rígida, como em todo esportivo manual, e cansa sem dó nos engarrafamentos.

Aliás, caso o cansaço bater de vez, a transmissão do Civic Si tem uma salvaguarda interessante para evitar acidentes: como o engate da sexta marcha e da ré são próximos, quando o carro está em movimento, a caixa bloqueia o acesso para a marcha reversa. Isso é bom até mesmo em uma tocada mais agressiva, quando as marchas são passadas mais rapidamente.

Criado para aguçar ainda mais quem gosta de dirigir, o visual, os bancos, o ronco e até mesmo o “tranco” do propulsor quando as 6.000 rpm são atingidas funcionam como uma mágica para o pé direito, fazendo ele pressionar o pedal mais e mais. É preciso ter bastante auto-controle para dirigir um Civic Si e não sair por aí fazendo besteira. Como se não bastasse, quando os faróis são ligados à noite, até mesmo uma luz de cortesia vermelha ilumina os pés do aspirante a piloto. É muita provocação, não?

Certa vez me fizeram a seguinte pergunta: “O que você compraria, um Civic Si ou um Jetta?”. Depois de horas literalmente meditando (ah, se todos os nossos problemas na vida se resumissem a isso!), respondi para a pessoa: vai depender da sua utilização. Como meu conhecido usaria o sedã como seu carro único, para a locomoção diária inclusive, recomendei que ele assinasse o cheque na concessionária VW. Mas calma, leitor, antes de me criticar! O motivo para tanto reside em parte na suspensão do Si. Ela é na medida para um esportivo, ótima nas curvas de uma estrada, mas péssima para enfrentar buracos, valetas e lombadas. Assim como no caso da embreagem, cansa bastante.

Além disso, o Jetta também não fica muito atrás quando o assunto é esportividade com seu motor 2.5 de 5 cilindros e câmbio sequencial de 6 marchas. Mas se para você o que importa é a “pegada”, vá tranquilíssimo de Civic Si. Se é que isso é possível...

Gerson Campos

Desculpem a arrogância, mas minha estreia ao volante do Civic Si foi nos 4.309 m do Autódromo José Carlos Pace, Interlagos para os íntimos.

Já conhecia a pista e saí na reta oposta cravando o pé direito para ver o que esse 2.0 i-VTEC podia oferecer de diversão. E, com o perdão da palavra, que “tesão”! Até 6.000 rpm, o bloco de 2 litros parece apenas mais um motor eficiente, mas a partir dessa rotação o duplo comando variável de abertura de válvulas ativa seu modo mais bruto e joga as costelas do motorista contra o banco como se ele estivesse a bordo de um carro turbo.

E não um turbo como um Punto T-Jet ou um Audi A3 da nova geração, que nem deixam os passageiros perceberem a ação da turbina, mas como um turbo de antigamente, arisco e instigante. É, sem dúvida, o carro nacional mais divertido de se dirigir. E até mais interessante que outros importados bem mais caros. Ok, o preço não é o forte do Si, mas ele não cobra muito mais do que custa. Só um pouco.

Mas vamos voltar à reta oposta. Ou melhor, à reta dos boxes, abrindo a primeira volta forte depois do aquecimento. Chegamos à freada do S do Senna a mais ou menos 195 km/h no painel. E não adianta dizer que você passaria dos 200 km/h. Saí lançado na zebra externa da Junção e fiz tudo de pé embaixo. A reta fica curta a essa velocidade e a 5ª marcha nem chega perto do limite.

Na primeira freada forte, pouco antes da placa de 50 m (a primeira curva de Interlagos começa bem leve, permitindo que você estenda a frenagem até a tomada sem problemas), a traseira do Civic já quer ultrapassar a dianteira e um leve balanço na carroceria obriga uma pequena correção na trajetória. Nada grave. Com o carro alinhado para a curva, ataca-se as duas zebras do S e cola-se novamente o pé no assoalho na entrada do Sol.

Com uma direção deliciosamente direta, suspensão rígida e bem calibrada e pneus para suportar o tranco de uma “flying lap”, o Civic contorna as duas curvas como em um trilho e só depende do controle da ansiedade do motorista-piloto com o pé direito para não fazer a frente se perder.

Na freada para o Lago, nova balançada da traseira (coisa leve, de se esperar em um sedã). Contornamos a curva em terceira e pé embaixo na subida para o Laranjinha. Na curva de maior raio de Interlagos (na verdade são duas curvas em uma), o Si vem “pendurado”, mas completamente sob controle.

O VSA (Vehicle Stability Assist, ou assistente de estabilidade do veículo), aliás, é bem permissivo e não corta o barato se o carro continuar na trajetória, mesmo que andando forte. Na entrada do miolo, o câmbio curto e rápido (mas não macio) facilita muito a vida do piloto de fim de semana nas três curvas de lenta que se seguem.

Em seguida vem o Mergulho, a Junção e a deliciosa sequência de 3ª, 4ª e 5ª (a sexta é usada só para economizar combustível e não serve na pista) até o fechamento da volta em cerca de 2min10s. E aí você tem uns 20 segundos de reta para lembrar o que fez um sedã familiar virar um delicioso esportivo.

Desculpem novamente a arrogância, mas essa é a melhor forma de contar o que é um Civic Si.

Márcio Murta

Em nosso mercado automobilístico – com poucas opções de veículos esportivos acessíveis –, o Honda Civic Si é um modelo que merece destaque não apenas por ser exclusivo, mas, em minha opinião, por seu projeto bem elaborado. Mais do que a capacidade que ele tem de ser rápido, o Si me agradou por ser altamente interativo e aguçar os sentidos do motorista quando dirigido esportivamente.

O principal ingrediente da receita, além do câmbio manual de seis marchas, acerto rígido da suspensão e do diferencial com escorregamento limitado para melhor tração, é o incomum motor 2.0 16V com 192 cv. Enquanto a maioria dos veículos convencionais a gasolina perdem rendimento entre 5.500 rpm e 6.000 rpm, o K20 (assim chamado na Honda) presente no Civic Si gera sua potência máxima a 7.800 rpm. A incomum capacidade de atingir altos giros se deve, entre outras características do sistema motriz, ao comando de válvulas com o sistema i-VTEC, que além de atuar no tempo de abertura das válvulas, também altera o curso das peças, permitindo que o motor “respire” melhor em uma faixa de rotação mais ampla. O corte de giro ocorre a 8.400 rpm.

Na prática é engatar a marcha, acelerar e esperar o motor atingir os 6.000 giros para que o modelo mostre seu real potencial e, junto à sinfonia metálica do motor, faça seu coração bater mais rápido. Bem mais rápido. Mais do que ganhar velocidade com vontade, entretanto, o Si é um exemplo de como carros com tração dianteira deveriam ser capazes de realizar curvas. É um veículo completamente “na mão”, mas que cobra um preço por isso.

Seu comportamento nervoso também o torna cansativo no dia a dia, especialmente por conta da suspensão dura, que lhe fará sentir qualquer desnível da rua. O câmbio de 6 marchas curtas também demandará constantes trocas caso o motorista não queira manter o giro alto. É um veículo que beira o sublime na dirigibilidade, mas infelizmente não é carro para o dia a dia
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