Olhar Direto

Sexta-feira, 03 de maio de 2024

Notícias | Cidades

violência

Cerca de quatro mulheres são agredidas por dia na capital de MT

A frase “essas mulheres que se acham morrem cedo” narrada em um boletim de ocorrência, registrado na Delegacia Especializada de Defesa das Mulheres (DEDM) de Cuiabá, é tão perversa quanto à piada, comum em rodinhas de um (a) ou mais imbecis, que prega “mulher obediente não apanha”. Os dois exemplos evidenciam dois tipos de personagens pertencentes ao mesmo padrão cultural: os agressores e os cúmplices da violência.


Embora para alguns esse padrão seja sinônimo de risada, os números referentes a esse tipo de cultura mostram mais dor do que alegria. Somente na capital, durante o mês de janeiro, 142 mulheres denunciaram seus parceiros por algum tipo de violência. Isso significa dizer que por dia cerca de quatro mulheres são agredidas em Cuiabá.

Destas, 71 sofreram algum tipo de ameaça e 31 sofreram lesões corporais. Estupro,
maus tratos, difamação e constrangimento ilegal são as outras práticas que completam a estatística da DEDM.

“É um ciclo de cultura machista. Não existe barreira cultural ou econômica. A mulher é criada para respeitar o pai, o marido. Quando a mulher é agredida de alguma forma, por causa da formação dela, é comum que se sinta culpada, com medo ou verginha”, explicou a delegada Silvia Biagi Ferrari.  

De acordo com a delegada a violência doméstica e contra a mulher é gradativa. “Não há um padrão de agressor, mas parecem seguir uma cartilha. Começam cortejando e conquistando a mulher. Depois, começam a criticar as características excepcionais das mulheres, em seguida começam as humilhações, os xingamentos, chegando então à agressão física ou mesmo à morte”, diz.

Ferrari lembra que a gradação da violência pode durar anos e adverte. “Violência não é sinônimo de agressão. A lesão física é um dos últimos graus de agressão. A violência psicológica merece atenção assim como a física. É preciso interromper a violência psicológica, ela machuca a alma, a dignidade da mulher!”.

Contrapondo críticas às leis e políticas de auxilio à mulher, Ferrari argumenta que avanços como a Lei Maria da Penha são na realidade medidas de proteção à família. “A violência doméstica e contra a mulher não afeta somente a mulher vítima direta. Sofrem também os filhos. Um filho que assiste o pai batendo na mãe pode ser um futuro agressor e a filha uma futura vitima. Na sociedade machista que vivemos a punição é forma importante para educar e mudar nossa realidade”.

O medo de denunciar é para a delegada o maior entrave para solucionar o problema. “É preciso um trabalho intensivo para que as mulheres sintam-se seguras para denunciar. Não se pode esperar o pior acontecer. O melhor é tirar dúvidas na delegacia. As vezes passamos por alguma coisa e não sabemos classificar o que é ou não. Para isso, as delegacias contam com serviço para ajudar a entender o que aconteceu. Se há violência é preciso interromper”, finaliza.

As denúncias contra violência doméstica e contra a mulher podem ser feitas em qualquer delegacia de Cuiabá e do interior do Mato Grosso.

Telefones úteis

Delegacia Especializada de Defesa das Mulheres, Cuiabá 3901-5326/ 3901-4272
Central de Atendimento à Mulher: 180





Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 

Comentários no Facebook

xLuck.bet - Emoção é o nosso jogo!
Sitevip Internet