Ronaldo está longe de ser o atacante que encantou a torcida do Corinthians no ano passado. Depois de muita expectativa por um início de temporada superior ao de 2009, o atacante ainda exibe condição física ruim, acumula atuações apagadas e já amarga quatro jogos sem gols, perto de seu maior jejum pelo clube. E a seu lado vê o reserva Dentinho em fase inspirada, fazendo o papel de centroavante decisivo.
Até agora, Ronaldo fez seis jogos neste ano e estufou a rede apenas no segundo, no empate por 1 a 1 com o Mirassol, em janeiro, quando se machucou. Ao retornar visivelmente fora de forma, o camisa 9 já disputou quatro partidas. Participou de duas jogadas que terminaram em gols, mas não conseguiu anotar. Pior que isso, sua movimentação em campo está aquém do normal.
Desde que chegou ao Parque São Jorge, o maior jejum de Ronaldo durou cinco jogos. Na temporada passada, entre a partida de ida contra o Fluminense pelas quartas de final da Copa do Brasil e a sexta rodada do Brasileiro, ele participou de cinco dos nove jogos do Corinthians no período e completou a “quina” sem gols. Agora, está a um jogo de igualar a marca negativa.
Mas para sorte da equipe, a estrela de Dentinho tem brilhado. O jovem atacante anotou os últimos quatro gols do Corinthians em quatro partidas diferentes (Santos, Botafogo, São Caetano e Independiente Medellín). Na última quarta-feira, foi de Dentinho o gol que evitou a derrota na Colômbia e deu o empate por 1 a 1 aos alvinegros.
Em 31 minutos de jogo, Dentinho rendeu mais do que Ronaldo em 74 minutos diante do Independiente, segundo o Datafolha. Além do importante gol, o camisa 17 quase empatou com o Fenômeno em bolas recebidas (16 a 23), deu duas finalizações certas contra nenhuma do companheiro, empatou nos desarmes (dois cada) e acertou 75% dos passes, contra 66% do camisa 9.
Sem o mesmo glamour ou apelo que Ronaldo, Dentinho aguarda uma chance no time titular que ele frequentou desde 2008. Como Mano Menezes ainda não conseguiu achar a forma ideal de a equipe jogar, o camisa 17 conta com a boa fase para cavar um espaço. Mas sempre sem exagerar na pressão. Os gols fazem isso por ele.
“Comecei o ano chateado por estar no banco, mas tenho que erguer a cabeça. Estou acostumado a isso desde as categorias de base, sempre foi difícil para mim. Estou buscando meu espaço”, avisou Dentinho.
