Após a manifestação em frente ao Paço Municipal e a paralisação dos serviços durante toda esta quarta-feira (10), os servidores públicos municipais de Rondonópolis foram recebidos pelo prefeito José Carlos do Pátio (PMDB), no início da noite de ontem, conforme publicado pelo
Olhar Direto. No entanto, a comissão de funcionários públicos que participou da reunião até tarde da noite não recebeu nenhuma proposta de aumento salarial por parte da administração.
“O prefeito negou a possibilidade de dar aumento”, afirmou o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Rondonópolis (Sispmur), Rubens Oliveira Paulo. Além do reajuste de 16%, a categoria reivindica verba para as coordenações pedagógicas de escolas e creches, pedido que se arrasta desde a administração do ex-prefeito Adilton Sachetti; elevação de nível e anuênio para os celetistas; e aumento e unificação de salários para os auxiliares e agentes administrativos.
Diante da nova negativa do prefeito, que entregou ontem aos membros da comissão um documento com dados relativos à situação financeira da administração, os servidores decidiram se reunir para um novo manifesto que vai ocorrer na segunda-feira (15), às 15h00, em frente à prefeitura. Os funcionários devem trabalhar até por volta das 14h30. Na tarde desta sexta-feira (12) o prefeito vai receber novamente os representantes da categoria. “Será uma reunião mais técnica, porque a de ontem foi mais política”, explicou Rubens.
O presidente afirmou ainda que o prefeito justifica que não pode dar aumento por já estar no limite da lei de responsabilidade fiscal. No entanto, o servidor discorda. “Ele fala que a administração já aplica 51% da arrecadação em folha de pagamento, mas quando o Tribunal de Contas apresentar a prestação de 2009 o número vai ser outro”, pontua. De acordo com Rubens, o prefeito utiliza um número divergente do real para negociar com a categoria.
Conforme demonstraram nesta quarta-feira durante a paralisação, a categoria deve continuar se manifestando até que os pedidos sejam acatados pelo prefeito. “Enquanto não chegarmos a um acordo faremos paralisações e manifestos. Os rumos quem dá é a categoria e se o prefeito radicaliza, aí é que nasce, em muitas ocasiões, a greve”, avisou Rubens.
Outro lado
Em nota encaminhada à imprensa nesta quarta-feira, a assessoria de comunicação da prefeitura afirma que Pátio mantém um diálogo permanente com os servidores municipais. A nota nega qualquer ato de invasão à prefeitura e que a informação, noticiada por alguns veículos de comunicação, seria uma inverdade.
“O prefeito e a equipe econômica do governo mantêm diálogo permanente com os dirigentes do sindicato e os servidores em geral. Pátio que despachou no gabinete, ao longo desta quarta-feira (10), recebeu os dirigentes sindicais na última sexta-feira, dia 5 de março”, diz a nota. O texto coloca ainda que o prefeito e equipe econômica se reuniram três vezes, em 2010, com a diretoria do Sispmur.
A nota também pontua sobre as conquistas da categoria no primeiro ano da administração de Zé Carlos. “...o funcionalismo conquistou a reposição salarial da ordem de 9% que corrigiu as perdas dos últimos quatro anos e foi paga retroativa ao mês de janeiro de 2009. Os contratados por tempo determinado também ganharam o reajuste e receberam o 13º. Outra garantia é reposição para 2010. O salário dos servidores públicos municipais é pago na última segunda-feira de cada mês”, diz o texto.
Parte do conteúdo enviado à imprensa também foi distribuído ontem à tarde em frente ao Tribunal do Júri, onde estão sendo realizadas as sessões da Câmara Municipal, com a assinatura de Pátio.
