Depois de supostas denúncias de tortura contra Cassimiro Moraes dos Santos (22), preso acusado de ter matado o cabo Édson de Oliveira (46) com um tiro no centro de Cuiabá. A corregedoria da Policia Militar instaurou inquérito policial militar, para averiguar se os ferimentos de queimadura que o rapaz apresentou são decorrentes de tortura. O secretário de Justiça e Seguraça Pública, Diógenes Curado, afirmou que a policia repudia o ato de tortura e qualquer informação só poderá ser confirmada após conclusão do inquérito.
Segundo Cassimiro, que teve parte do corpo queimado, os PMs que fizeram a prisão jogaram álcool sobre o corpo, usaram um equipamento de dar choques elétricos, que provocaram a combustão e as queimaduras nos braços, costas, peito e couro cabeludo. Durante coletiva realizada na manhã desta quinta (11), Curado afirmou que não exista nenhum tipo de máquina de choque usada nas delegacias.
Quanto à forma como aconteceu a abordagem aos acusados do assassinato o coronel Joelson Sampaio, que também participou da coletiva, disse que o procedimento correto seria encaminhar o suspeito direto para a delegacia. “O caminho correto é do local do crime para a delegacia”, explicou. Porém informações dão conta de que o rapaz foi levado ao 1º Batalhão, passou pelo Centro Integrado de Segurança e Cidadania (CISC) do bairro Verdão, Pronto Socorro de Cuiabá e só depois teria sido encaminhado para a Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP). Diógenes confirmou ainda que a abordagem não foi realizada dentro dos padrões.
Assassinato
Questionado sobre o fato de o policial ter agido mesmo estando de folga, Curado destacou que Edson morreu em serviço, pois se tratava de uma ação em serviço mesmo não estando fardado. “O policial é policial 24 horas, ele viu uma atitude suspeita e mesmo estando de folga, foi abordar os meliantes, sendo assim uma ação em serviço”, disse.
Sobre fato do cabo estar armado e não ter chamada reforços, o secretário explicou que os policiais que pertencem ao Gefron possuem a chamada “cautela permanente” permitindo andarem constantemente armados e os motivos que o teriam levado a agir sozinho são desconhecidos. “Quem podia responder isso seria só ele mesmo”.
O assassinato do policial Edson de Oliveira, (46), do Grupo Especial de Fronteira (Gefron), aconteceu na noite da terça-feira (9), enquanto comia um lanche em um bar, localizado na Rua Voluntários da Pátria esquina com a 7 de Setembro.