Olhar Direto

Quinta-feira, 02 de maio de 2024

Notícias | Ciência & Saúde

NARCOTICOS ANONIMOS

Jovem deixa drogas com ajuda de irmandade e vira exemplo de vida

Um jovem sinopense, de 24 anos, usuário de entorpecentes durante seis anos, que aqui vamos chamar de “José”, afirma que está há mais de um ano sem usar qualquer tipo de drogas. Ele credita essa vitória à irmandade Narcóticos Anônimos (NA), uma espécie de grupo de auto ajuda que visa auxiliar pessoas a sair do vício.


Olhar Direto entrevistou “José”, que declarou ter começado a usar drogas aos 16 anos de idade. “Comecei com a maconha, que me foi oferecida. Depois a maconha não fazia mais efeito e passei para a cocaína. A partir daí usava qualquer tipo de droga, inclusive o crack e o LSD”.

Assim foram seis anos de vício até encontrar o NA. O jovem relata que durante o tempo de uso de drogas foi ao “fundo do poço”, sem ter relacionamento com a família, não tinha convivência social, trabalho e nem perspectivas de futuro. “A depressão que a droga trás é muito doída, muito grande. Às vezes eu parava e pensava: ‘será que não sou capaz de vencer essa vontade de me drogar? ’. Afastei-me dos meus pais, não trabalhava, não estudava. Não havia relacionamento com os familiares porque me isolava e vivia naquele mundinho, acreditando que eu estava certo.”

Todavia, o simples fato de ter conhecido pessoas que freqüentavam o grupo de auto ajuda não foi suficiente para “se limpar”, como ele diz. “José” disse que foi necessário aceitar que estava precisando de ajuda. “Tive que aceitar que sou uma pessoa limitada e não consigo me controlar. A partir do momento que eu entendo isso e busco a ajuda, tenho chances de ‘me limpar”.

O jovem diz que outras vezes tentou ficar longe de drogas, mas só conseguiu após encarar o problema de frente. “Já tive desacreditado de mim, fui para centro de tratamento, conheci o que é uma dependência, em que área de minha vida que a droga se alastrou e me prejudicou. As pessoas que voltam ao uso são porque não aceitam parar de justificar o uso. Eu fiz isso, ficar justificando o uso contra meu pai, minha mãe, contra o sistema e, para resolver ou fugir de todos os assuntos, eu usava”.

Ao começar a frequentar os Narcóticos Anônimos, “José” diz que passou a seguir uma programação chamada ‘doze passos’, do qual para ele um foi mais importante. “Aprendi a me respeitar e não usar naquele dia. Eu acordava de manhã e pensava comigo mesmo: ‘não vou usar só por hoje’. À noite, antes de deitar, agradecia a Deus por aquele dia ‘limpo’ das drogas. E assim foi um dia após o outro”.

A partir do momento que percebeu que, com a ajuda dos filiados ao NA, estava conseguindo ficar “limpo”, passou a freqüentar as reuniões todos os dias que acontecia. “A partir que eu decidi não sofrer mais, tomei a decisão mesmo de deixar as drogas, mas foi com a ajuda diária do NA. Eles paravam para me ouvir e me ajudar e isso me confortava. Foi isso que me devolveu a confiança em mim mesmo e percebi que eu podia”.

“José” disse que ao decorrer da recuperação, os sentimentos do passado voltaram e eliminou preconceitos de abrir o coração para as pessoas que estavam à sua volta. “Meu relacionamento com meu pai melhorou 100%, hoje eu abraço ele e não tenho medo dizer que eu amo ele, da mesma forma com minha mãe. Hoje eu sinto emoções verdadeiras que antes não sentia. Beijo os rostos deles e vejo sorrisos, coisa que eu não conseguia fazer nos últimos anos, pois o relacionamento havia ficado frio. Hoje entendo que a pessoa mais importante da família sou eu, o segundo sou eu e na dúvida, eu de novo, pois se eu estiver bem, eles estarão bem também”.

“José” está cursando nível superior e afirma que pretende absolver conhecimentos para poder ajudar outras pessoas que precisam sair do mundo das drogas. “Estou fazendo faculdade agora, estou me sentindo muito bem. O meu curso estuda o ser humano e pretendo ter conhecimento para poder ajudar as pessoas a ter um ponto de luz. Eu acredito em pessoas que estão no fundo do poço e quero dar a mão a elas, assim como fizeram comigo na irmandade”.

A IRMANDADE: De acordo com o site oficial (www.na.org.br) Narcóticos Anônimos é uma associação comunitária de adictos a drogas em recuperação. Iniciado em meados de1953, o movimento de NA é um dos maiores e mais antigos deste tipo, com aproximadamente quarenta mil reuniões semanais em 130 países.

O primeiro folheto de NA, autoentitulado, conhecido entre os membros como "O Livreto Branco", descreve NA como uma "irmandade" de homens e mulheres, sem fins lucrativos, para quem as drogas se tornaram um problema maior. Adictos em recuperação que se reúnem para ajudar uns aos outros a se manterem “limpos." A afiliação a Narcóticos Anônimos é aberta a qualquer adicto a drogas, independente do tipo ou combinação de drogas usadas.

Não existem restrições sociais, religiosas, econômicas, raciais, étnicas, de nacionalidade, gênero ou status social. A afiliação em Narcóticos Anônimos é inteiramente voluntária. Não existem arquivos sobre a frequência e nem listas de membros seja para uso interno de NA ou para qualquer outro uso. Os membros vivem em suas comunidades e frequentam as reuniões quando lhes convém. Não existem taxas para afiliação. A maioria dos membros contribui regularmente com pequenas somas que ajudam a cobrir as despesas dos grupos, mas as contribuições não são obrigatórias.

A base do programa de recuperação de Narcóticos Anônimos é uma série de atividades pessoais conhecida como Doze Passos, adaptados de Alcoólicos Anônimos. Estes "passos" incluem a admissão de que existe um problema, a busca de ajuda, auto-avaliação, partilha em nível confidencial, reparar danos causados e trabalhar com outros adictos a drogas que queiram se recuperar.

Algo importantíssimo no programa é a ênfase no que é chamado "despertar espiritual", ressaltando o seu valor prático e não sua importância filisófica ou metafísica, o que facilitou a tradução do programa, mesmo considerando-se barreiras culturais. NA em si, não é um programa religioso e encoraja cada membro a cultivar um entendimento pessoal, religioso ou não, deste "despertar espiritual."

Narcóticos Anônimos acredita que uma das chaves do seu sucesso seja o valor terapêutico de adictos trabalhando com outros adictos. Nas reuniões, cada membro partilha experiências pessoais com os outros buscando ajuda, não como profissionais, mas simplesmente como pessoas que tiveram problemas similares e encontraram uma solução. Narcóticos Anônimos não tem terapeutas, não oferece moradia nem clínicas. NA não oferece orientação vocacional, legal, financeira ou serviços médicos. A coisa mais próxima de um "conselheiro de NA" é o padrinho ou madrinha, um membro experiente que oferece ajuda informal a membros mais recentes.

Reuniões em Sinop acontecem 3 x por semana
Local: avenida das Sibipirunas, ao lado da igreja Santo Antônio
Dia e hora: às 3ª e 5ª feiras, às 19h30
Aos sábados, às 22h30

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