Autoridades venezuelanas anunciaram nesta quinta-feira a prisão de outros dez colombianos, acusados de contrabandear produtos na fronteira entre as duas nações. Com isso, sobe para 30 o número de cidadãos da Colômbia detidos no país vizinho.

De acordo com o chefe da Guarda Nacional do Estado de Táchira, Franklin Márquez, os detidos "tentavam passar produtos da cesta básica, como leite e azeite, assim como gasolina".

Márquez ainda acusou os envolvidos de serem os responsáveis pelo bloqueio temporário das pontes internacionais Francisco de Paula Santander e Simon Bolívar, que ligam os dois países, enquanto praticavam as suas ações.

A prisão ocorre dois dias depois de o governo venezuelano ter admitido que oito colombianos foram detidos antes da Semana Santa, acusados de espionar o sistema elétrico nacional com o objetivo de desestabilizar o país.

Ontem, o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, declarou que o caso era uma violação aos direitos humanos e pediu o acompanhamento de organismos internacionais.

Dessa forma, o Ministério das Relações Exteriores apresentou à Comissão Interamericana dos Direitos Humanos (CIDH) uma "solicitação de intervenção urgente".
Talvez por isso, o chefe da Guarda Nacional venezuelana tenha ressaltado que, nesta quinta-feira, o Ministério Público do país "garantiu o direito de defesa" e o respeito "aos direitos humanos" dos acusados.

Além deles, há outros 12 colombianos que também foram capturados na Venezuela. Segundo o defensor público da Colômbia, Volmar Pérez, essas pessoas foram presas no Estado de Miranda por manterem em suas casas "cinco escopetas velhas".

Caracas mantém as relações diplomáticas com Bogotá "congeladas" desde julho do ano passado, quando o seu presidente, Hugo Chávez, foi acusado de contrabandear armas para grupos guerrilheiros.

Recentemente, o governo venezuelano manifestou a intenção de se aproximar do Executivo colombiano apenas ao final do mandato de Uribe, no mês de agosto.