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Terça-feira, 21 de maio de 2024

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China concentrou exportação brasileira

A explosão da demanda chinesa por commodities na última década foi o que transformou o país em um fator crucial para a economia brasileira.

A explosão da demanda chinesa por commodities na última década foi o que transformou o país em um fator crucial para a economia brasileira. Também foi a principal razão para o processo de "primarização" da pauta de exportações nacionais no período, com a expansão do peso dos produtos básicos e o encolhimento da parcela representada por bens industrializados, que têm maior valor agregado.


Há dez anos, quando a China começou a entrar no radar dos embarques brasileiros, a exportação de bens básicos respondia por 22,79% do total, enquanto a participação de manufaturados e semimanufaturados estava em 59,07% e 15,52%, respectivamente, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Os dados relativos ao ano 2000 mostram que a China aparecia em 12.º lugar na lista dos principais destinos das exportações brasileiras. O país asiático saltou para a sexta posição no ano seguinte, consolidou-se no terceiro lugar a partir de 2005 e chegou à liderança em 2009.

A meteórica ascensão foi acompanhada do aumento do peso das commodities nos embarques brasileiros. Em 2007, ano anterior à eclosão da crise global, o porcentual de bens básicos aumentou para 32,12% e os relativos a manufaturados e semimanufaturados caiu para 52,2% e 13,57%, respectivamente.

Se forem considerados os números do ano passado, influenciados pela retração da demanda americana, a fatia dos bens primários é ainda maior: 40,5%, quase o dobro do nível existente no ano 2000, e próximo dos 44,02% obtidos pelos manufaturados.

Isso não significa que a venda de bens industrializados diminuiu, mas sim que ela aumentou em ritmo bem menor que a de produtos básicos, principalmente minério de ferro, soja e petróleo - sem considerar o cenário atípico de 2009. A expansão do peso das commodities reflete também a forte alta de seus preços no mercado internacional em razão do aumento da demanda chinesa nos últimos anos.

Plano. A diversificação da pauta das exportações brasileiras é um dos pontos principais do Plano de Ação Conjunta para 2010-2014 que os presidentes Hu Jintao e Luiz Inácio Lula da Silva vão assinar em Brasília na sexta-feira, na segunda visita oficial do dirigente chinês ao país.
No ano 2000, o principal produto de exportação do Brasil foram aviões, com vendas de US$ 3,054 bilhões, valor quase idêntico aos US$ 3,048 bilhões movimentados por minério de ferro, que aparecia em segundo lugar.

Sete anos depois, os embarques de minério de ferro haviam se multiplicado por três, para US$ 10,56 bilhões, enquanto a venda de aviões subiu 54,5%, para US$ 4,72 bilhões, o que colocou o produto em quarto lugar no ranking, atrás de minério, petróleo e soja, que se transformaram nos principais produtos de exportação do país.

A ascensão do minério de ferro à condição de principal estrela das exportações brasileiras acompanha o processo de transformação da China no maior fabricante de aço do mundo. Os dirigentes chineses consideram estratégico ter uma indústria siderúrgica forte para alimentar o ritmo anual de crescimento de 10% do país e suprir a demanda do movimento de urbanização.

O aço é a principal sustentação desse processo, utilizado na construção, em obras de infraestrutura e na fabricação de bens de consumo duráveis, como carros e eletrodomésticos.

A China se transformou no maior fabricante de aço em 1996, com produção de 101,24 milhões de toneladas, mas foi na década seguinte que seu peso no setor aumentou de maneira desproporcional. Oito anos depois de tornar-se líder mundial, dobrou sua produção anual para 222,4 milhões de toneladas em 2003, segundo a World Steel Association. O volume dobrou de novo em apenas quatro anos e chegou a 490 milhões de toneladas em 2007. No ano passado, a China produziu 567,84 milhões de toneladas, o equivalente a 46,5% do total mundial.

A quantidade de aço que sai das siderúrgicas chinesas supera a soma do que é fabricado pelos oito países que aparecem em seguida no ranking da World Steel Association. Para produzir todo esse aço, a China precisa de quantidades crescentes de minério de ferro, sua principal matéria-prima.
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