Partidos da base aliada ao presidente Lula no Congresso ameaçam paralisar as votações no plenário da Câmara. Deputados reclamam do ritmo lento de liberação de emendas parlamentares.
Como é ano eleitoral, o dinheiro só pode ser empenhado até o fim de junho. O líder do PMDB, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), confirmou que muitos congressistas de seu partido estão insatisfeitos. Ele diz, porém, que o assunto deve ser resolvido ainda nesta semana pelo governo.
Hoje, o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) se reúne com líderes da base para tratar do reajuste dos aposentados. O encontro deve servir também para discutir a liberação das emendas.
Na semana passada, o PP já fez obstrução no plenário, dificultando as votações. "Não só no meu partido, mas em todos os partidos da base há um descontentamento. Esperamos receber um cronograma [de liberação de emendas] logo", disse o líder João Pizzolatti (SC).
Já faz duas semanas que os deputados não votam projetos importantes na Casa. Há nove medidas provisórias trancando a pauta, inclusive a dos aposentados. Além disso, o presidente Michel Temer (PMDB-SP) pretende convocar sessão extraordinária para votar o projeto que trata dos documentos sigilosos.