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Terça-feira, 21 de maio de 2024

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Vaticano rejeita hipótese de que papa seja preso no Reino Unido

O Vaticano disse nesta terça-feira que o papa Bento 16 está disposto a reunir-se com mais vítimas de abuso sexual, mas não sob pressão da mídia, e rejeitou os apelos para que o papa seja preso quando visitar o Reino Unido, em setembro deste ano.


Um advogado do autor e ativista ateu britânico Richard Dawkins disse em Londres, no último final de semana, que tentará fazer com que o papa seja detido para ser interrogado com relação às acusações de que a Igreja teria acobertado casos de abusos sexuais de crianças por sacerdotes.

Indagado sobre isso em um briefing sobre a visita que o papa fará a Malta no final de semana, o porta-voz do Vaticano padre Federico Lombardi ridizularizou a ideia. "É uma ideia no mínimo bizarra. Parece que a intenção é chamar a atenção da opinião pública. Acho que eles deveriam procurar algo mais sério e concreto antes de respondermos."

"A visita do papa (ao Reino Unido) é uma visita de Estado. Seria muito estranho se, durante uma visita de Estado, a pessoa convidada a fazer a visita fosse detida", disse ele.

Cientista e crítico declarado da religião, Dawkins pediu a advogados de direitos humanos que estudem a possibilidade de serem feitas acusações criminais contra o papa durante sua visita ao Reino Unido, marcada para 16 a 19 de setembro.

O Vaticano rejeita acusações de que o papa, enquanto ocupava os cargos que ocupou antes de ser eleito pontífice, em 2005, teria ajudado a acobertar abusos cometidos por padres, e acusa a mídia de travar "uma campanha desprezível de difamação" contra ele.

Na semana passada, o Vaticano disse que Bento 16, que viajará a Malta no sábado (17), estaria disposto a reunir-se com mais vítimas, como fez durante suas viagens aos Estados Unidos e à Austrália.

O papa acha que os encontros com as vítimas devem ser realizados "em um clima que seja intencionalmente de reflexão, discreto, e não sob a pressão do olhar da mídia, para que ele tenha a possibilidade real de ouvir e comunicar-se pessoalmente", disse Lombardi.

Padres em Malta

Dez homens malteses que estão processando três padres por alegado abuso sexual infantil solicitaram um encontro reservado com o papa.

Lombardi disse que não pode informar se o encontro vai acontecer. "Não sou eu quem decide o que o papa faz durante suas viagens", disse Lombardi, acrescentando que tais encontros não são anunciados de antemão, mas apenas confirmados depois de acontecerem. Um representante dos malteses disse que eles querem o encontro "para nos ajudar a superar esse trauma".

Em Malta, onde cerca de 95 % da população é católica, cartazes divulgando a visita papal foram pichados na semana passada com imagens relacionadas a abusos sexuais.

Na segunda-feira o Vaticano publicou um manual online das normas para lidar com acusações de abuso sexual contra padres. O manual deixou claro que os bispos devem denunciar crimes à polícia, dizendo que "as leis civis relativas à denúncia de crimes às autoridades apropriadas devem sempre ser obedecidas."

Também nesta segunda-feira, um novo relatório encomendado pela igreja na Alemanha disse que crianças foram "sadicamente atormentadas e sexualmente abusadas" em um mosteiro católico na região da Bavária, de maioria católica.
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