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Segunda-feira, 29 de abril de 2024

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Tudo parado

Índios prometem não liberar BR; fila de carretas soma quase 40 km fotos

Foto: Lucas Bólico - OD

Kezoma Pareci é um dois índios da coordenação do bloqueio da BR - 364.

Kezoma Pareci é um dois índios da coordenação do bloqueio da BR - 364.

“Não vamos liberar a pista enquanto o governo não negociar com a gente”. A frase é de Kezoma Pareci, um dois índios da coordenação do bloqueio da BR - 364 em Mato Grosso, no km 360, entre Cuiabá e Rondonópolis. Por outro lado, os caminhoneiros temem prejuízos incalculáveis. O fila de carretas já soma quase 40 Km, somando-se os dois sentidos.


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Os índios querem atenção do governo federal e solicitam a revogação da portaria de número 303 da Advocacia Geral da União, que dispõe sobre demarcações de terras indígenas. Kazoma argumenta que a portaria é inconstitucional e fere os direitos indígenas.



“Nós tentamos resolver isso de todas as formas, não queríamos bloquear a rodovia, essa era a última opção, mas o governo não nos ouviu”, afirma. Grupos indígenas procuraram ajuda do Ministério Público e diálogo com a AGU, mas não obtiveram resposta.

Dentro os pontos que os índios mais questionam na portaria estão a autorização para a redução de áreas indígenas já demarcadas e o aval para a exploração dos recursos naturais nessas áreas sem autorização dos índios. “Isso fere a Constituição. E a AGU não pode legislar, ela está legislando nessa causa. O que a AGU tem que fazer é cumprir as leis já existentes”, completa.

Prejuízo

O caminhoneiro Tarsis da Silva Cruz conta que está com uma carga de carne para a exportação que tem que chegar o quanto antes no porto de Santos. “Se isso aqui estragar, o prejuízo é de mais de R$ 225 mil”, revela. São quase 40 km só de carretas paradas.



Um dos caminhoneiros que preferiu não se identificar revelou desespero pelo medo de perder toda a carga. Ele carrega 200 porcos vivos de Diamantino para Rondonópolis e não transporta ração e o volume de água é limitado. Para preservar os animais, o motorista encontrou uma árvore e parou o caminhão ao lado. “Graças a Deus que eu encontrei essa sombra”, afirma.

Ninguém mais passa

Kezoma Pareci afirmou que os índios permitiram uma hora de tráfego na manhã de hoje para liberar os motoristas que foram pegos desprevenidos. “Tinha muita gente que estava na fila porque não sabia do bloqueio e estava sem água e comida. Alguns tinham crianças e nós até demos água e comida, algumas bolachas. Mas os que chegaram depois já sabiam do bloqueio e mesmo assim vieram”, afirmou.



Participam do bloqueio índios Pareci, Umutinam, Miki, Manoki, Bakairi, Bororo e Xikitan. Os manifestantes contam que têm alimentos e organização para ficar quantos dias forem necessários.
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