O ‘motim’ iniciado por um dos adolescentes do Centro Socioeducativo de Cuiabá, nessa segunda-feira (07) teria sido uma “armação dos internos para conseguir regalias”. A tese é do presidente do Sindicato dos Agentes do Sistema Socioeducativo de Cuiabá, Paulo César de Souza.

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O tumulto teve início por volta das 20h30, quando um adolescente que cumpre medidas socioeducativas ameaçou matar um dos internos com uma arma artesanal, um chuço. Diante desta situação, os agentes da unidade chamaram a Polícia Militar e uma viatura do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) foram até o local para dar início às negociações.

A juíza da 1ª Vara Especializada da Infância e Juventude da Capital, Gleide Bispo Santos também foi chamada e assumiu as negociações com os menores, cerca de sete jovens. Eles fizeram várias reivindicações e dentre elas estava o pedido de cigarros, o que foi concedido pela juíza. Depois de cada adolescente envolvido no motim ter recebido uma caixa de cigarro o que estava sob a mira do chuço foi liberado.

Apesar de o jovem libertado ter ficado na situação de vítima perante os demais adolescentes, depois de solto, ele permaneceu na mesma ala de convivência com os que o ameaçaram. Essa situação acabou por endossando a tese do presidente do sindicato dos agentes socioeducativos que acredita que toda a confusão teria sido combinada.

“Tava na cara que era tudo armação para conseguirem alguma coisa, como mudança de unidade. Eles inventam esse teatro e nós que somos experientes e convivemos com eles percebemos isso”, afirmou Paulo.

O sindicalista declarou que todos os agentes e presentes durante as negociações do motim discordaram da postura da juíza em ter concedido a pressão dos adolescentes e permitido a entrada de cigarros na unidade.

“Ela [magistrada] sempre interfere e às vezes ela ultrapassa a competência dela, pois, esse tipo atitude ela pode passar na frente de todos”.