Os agentes penitenciários deliberaram, durante assembleia geral realizada nesta sexta-feira (02), pela suspensão da greve até a próxima sexta-feira (09). A decisão acontece depois de a categoria ter se reunido com governador Silval Barbosa, na noite de quinta-feira (01).

Greve dos agentes penitenciários pode ser suspensa nesta tarde
Agentes penitenciários contrariam decisão judicial e mantêm greve

A suspensão por tempo determinado vem em meio á eventos de violência, como queima de ônibus, e ameaças promovidas por detentos revoltados com a interrupção das visitas. Porém, o comando de greve ressaltou que a suspensão da greve não está relacionada a pressão dos presídios.

“Queremos deixar claro que essa decisão não está relacionada aos ataques e ameaças que provavelmente vieram de dentro dos presídios, até porque a nossa reunião com o governador ocorreu antes disso e nos já deixamos sinalizado essa decisão”, afirma o comando de greve.

O prazo dado pelos agentes será para que o governo do estado cumpra o último item do acordo firmado junto ao Tribunal de Justiça (TJMT); a tabela salarial dos servidores da área.

Uma reunião está agendada para a próxima segunda-feira (05) na Secretaria de Administração com a presença do secretário da pasta, Francisco Faiad, o secretário-chefe da Casa Civil, Pedro Nadaf e o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Luiz Antônio Pôssas de Carvalho.

Reunião

Do encontro que ocorreu na noite de ontem no gabinete do secretario de Justiça e Direitos Humanos, Luiz Antônio Pôssas de Carvalho, os agentes ouviram de Silval o pedido de suspensão da greve ainda na tarde de hoje e a solicitação de que a categoria elaborasse uma contraproposta de tabela salarial, um dos pontos ainda pendente do dissídio coletivo.
Durante esses oitos dias de greve, o Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado de Mato Grosso (Sindspen-MT), recebeu três decisões judiciais contrárias à categoria. A greve, que desestabilizou ainda mais o sistema penitenciário do estado, foi marcada por protestos de familiares de presos e depredação de celas por detentos.

O impasse fez com que a secretaria abrisse edital para contratação de agentes temporários. O dinheiro pagar os contratos temporários, segundo informações do secretário Luiz Pôssas, seria proveniente do corte de ponto dos grevistas e da multa pelo descumprimento da decisão do desembargador Rondon Bassil.

O magistrado considerou a greve ilegal e que determinou o retorno imediato ao trabalho sob pena de multa de R$ 7 mil por hora de descumprimento. Para garantir o pagamento da multa, ele também decretou o bloqueio da conta do sindicato.