Os pagamentos feitos pelo PT ao parlamentares do Partido Liberal coincidem com as datas de votações importantes que ocorreram no segundo mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fato que colabora para reforçar a tese de existência do Mensalão.

De acordo com o relator da Ação Penal 470, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, pagamentos foram feitos ao ex-presidente do Partido, Valdemar da Costa Neto (SP) e ao ex-deputado e líder Bispo Rodrigues (RJ) em meio a votações das reformas da previdência e tributária.

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"Valdemar da Costa Neto recebeu R$ 300 mil em datas que coincidem com pagamentos feitos ao PP e também às votações em segundo turno da reforma tributária na Câmara Federal entre agosto e outubro de 2003. Por isso, pode-se concluir que os pagamentos serviram como uma espécie de garantia de que os partidos votariam em uníssono com o Partido dos Trabalhadores", sustentou.

Ainda segundo o relator, o deputado Valdemar da Costa Neto não justificou o gasto de cerca de R$ 10 milhões recebidos e declarados pelo PT para, segundo alega a defesa, pagar despesas de campanha eleitoral.

"Não justificou destas quantias, nem guardou qualquer recido de despesas. Valdemar disse que se esqueceu onde gastou e que não tem conhecimento do nome das empresas onde foram encomendados material de campanha", descreveu o relator.

O ministro segue a leitura de seu relatório sobre as acusações referentes ao Capítulo 6 da Ação Penal 470, que trata dos crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha entre réus envolvidos com partidos da base aliada do governo de Luiz Inácio Lula da Silva entre 2003 e 2004.