Por 467 votos a favor e uma abstenção, a Câmara dos Deputados cassou, na noite desta quarta-feira (12), o mandato de Natan Donadon (sem partido-RO), preso desde junho de 2013 em Brasília (DF), onde cumpre pena em regime fechado.

Da bancada mato-grossense na Câmara, o deputado federal Carlos Bezerra (PMDB), segundo relatório disponibilizado pela casa legislativa, não compareceu à votação do processo de perda de mandato, a primeira aberta.

Os outros sete integrantes da bancada -- Eliene Lima (PSD), Júlio Campos (DEM), Nilson Leitão (PSDB), Roberto Dorner (PSD), Ságuas Moraes (PT), Valtenir Pereira (Pros) e Wellington Fagundes (PR) – registraram presença na sessão e votaram a favor da cassação.

Em agosto de 2013, quando a Câmara realizou uma votação secreta sobre o caso, Donadon conseguiu manter o mandato de deputado porque não foi atingido o número de 257 votos necessários para a cassação.

Naquela ocasião, Eliene Lima estava presente, mas não votou. E Carlos Bezerra, Homero Pereira e Pedro Henry estavam ausentes.

A absolvição gerou um mal-estar e solicitações de que as votações deveriam ser por voto aberto. No final do ano passado, a Câmara abriu nova representação contra o deputado-presidiário por quebra de decoro.

Em dezembro último, o Congresso aprovou uma proposta de emenda à Constituição conhecida como “PEC do voto aberto” e alterou a regra definitivamente.

Desvio de dinheiro

Donadon foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em 2010, por peculato e formação de quadrilha. De acordo com o STF, ele desviou R$ 8,4 milhões da Assembleia Legislativa de Rondônia, onde foi diretor financeiro. Os crimes ocorreram entre 1995 e 1998. Amir Lando (PMDB-RO) vai substituí-lo na Câmara.