O bispo de Barra do Garças, Dom Protógenes José Luft, criticou o comportamento de alguns jovens que sobem na Serra Azul na sexta-feira santa para usar bebidas, drogas e até mesmo se prostituírem e por causa disso afirmou através de ofício encaminhado a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) que a igreja não concorda com a encenação da Paixão de Cristo alto da serra.

A manifestação do bispo reacendeu a polêmica, pois o evento é tradição de mais de 20 anos na cidade. Até mesmo uma escadaria com 1.400 degraus foi construída para facilitar o acesso dos fieis e populares na serra para acompanhar o espetáculo toda sexta-feira santa.

O teatro de mais ou menos uma hora é apresentado pelo grupo de jovens Renascer contando um pouco da vida e morte de Jesus Cristo. 

No ofício (veja do lado o documento), o bispo afirma que em vez de respeitar o momento sagrado que está sendo celebrado, a subida da serra se constituiu em abominável desrespeito pela data, através do consumo de drogas, prática da prostituição e motivo de bebedeiras. Ficando caracterizado para igreja que o evento está desviado e desvirtuado.

O responsável pelo grupo Renascer, José Ferreira, lamentou a posição do bispo que ele entende que deveria assumir o evento em vez de criticá-lo. Ferreira queixou-se também da falta de incentivos da prefeitura e do comércio local ao teatro. Segundo ele, foram solicitados R$ 5 mil para ajudar no evento, entretanto não houve resposta da prefeitura sobre o pedido.

Sobre os jovens que aprontam na serra, Ferreira ressaltou que isso acontece mais nas trilhas das cachoeiras e não onde acontece o teatro organizado por eles. Na opinião dele, a igreja deveria lutar pelos jovens que estão desviados e não abandonar o evento.
Esse ano, os visitantes do parque terão que se contentar somente com a vista que é muito bonita do local.