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Domingo, 19 de maio de 2024

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Candidato a presidente do Crea-MT critica intromissão do gestor público

Candidato a presidente do Crea-MT critica intromissão do gestor público
A menos duas semanas para a escolha do novo presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Mato Grosso (CREA-MT), os dois candidatos ao posto prometem intensificar suas campanhas em busca de votos. Ao todo são mais de 12 mil cadastrados junto ao conselho, que deverão ir às urnas no dia 8 de novembro.


Concorrem ao cargo de presidente do Crea-MT, Maristela Okamura, engenheira civil, conselheira por três mandatos em oito anos, e Juarez Silveira Samaniego, engenheiro civil, que foi conselheiro por dois mandatos em seis anos e também vice-presidente do Crea.

O Olhar Direto vai publicar entrevistas com os dois candidatos permitindo-lhes exporem suas propostas e opiniões sobre os interesses ligados à categoria. O primeiro entrevistado é Juares Silveira Samaniego, de 50 anos, graduado em Engenheiria civil pela UFMT e pós graduado em Geo referenciamento pelo IFMT, e que atua na área há 23 anos.

Olhar Direto - Quais são as propostas para a categoria?

Juares – Dentre as principais propostas estão à criação do Núcleo de Apoio ao Profissional em cada unidade, propiciando o acesso gratuito à internet, fax, scanner, e-mail e normas da ABNT, entre outros; valorizar a ação de fiscalização do Conselho para que seja mais educativa e menos punitiva aos profissionais; combater energicamente o exercício ilegal da profissão e estabelecer relações de fiscalização racional e confiável com os profissionais; liderar e aglutinar forças com entidades de classe, num movimento político-classista junto aos órgãos públicos para o cumprimento do salário mínimo profissional; construir parceria para promoção de cursos, ciclos de palestras técnicas e outros eventos visando à qualificação e aprimoramento profissional; criação de mecanismos para efetivação da Lei de Assistência Técnica Gratuita às pessoas de baixa renda, com a participação de entidades e instituições de ensino; criar o Processo Digital, objetivando racionalizar, agilizar e otimizar a tramitação dos procedimentos processualísticos, melhorando o atendimento a empresas e profissionais; aperfeiçoar o processo de transparência ao divulgar resultados da gestão econômica/financeira com publicação no site, emitindo relatórios mensais de acordo com a legislação federal;

Olhar Direto - Quais as principais dificuldades e carências dos profissionais no mercado de hoje?

Juares - A intromissão do gestor público no trabalho do profissional habilitado é um grande entrave. Apesar de estudar e saber o que fazer, muitas vezes o profissional é obrigado a executar a pior solução por imposição de um prefeito, secretário ou governador, que, na maioria das vezes, é leigo. Outra dificuldade é a concorrência de empresas ilegais que disputam mercado com preços impraticáveis e forçam o profissional a trabalhar por menos do que vale o seu trabalho, sendo obrigado a aceitar mais serviço do que devia para sobreviver.

Olhar Direto -
Com a demanda aquecida e essas práticas de rebaixamento na valorização, o profissional acaba por prestar também um serviço de baixa qualidade devido à pouca disponibilidade de dedicação. Qual a avaliação que o senhor faz do setor?

Juares - A engenharia, em todas as áreas, seja da construção, da indústria, na produção de componentes, na mineração ou ainda na área agrícola está em franca expansão. Há oportunidade para todos. Tanto para o profissional que quer ocupar uma vaga em alguma empresa, quanto para aquele que deseja empreender seu próprio negócio, mas ainda é necessário enfrentar as dificuldades impostas pelo relacionamento entre gestores públicos, clientes e a sociedade em geral. O profissional que constrói e produz precisa ser valorizado. A ação de um profissional de engenharia, geologia ou agronomia impacta muito fortemente no dia a dia das pessoas. Praticamente 70 % do PIB brasileiro passam pelas mãos destes profissionais. Sua atuação passa pelas coisas mais simples de nossa rotina, até a realização de grandes obras e descobertas que garantem qualidade de vida à todo o Brasil. O pré-sal só existe pela determinação de nossos geólogos, engenheiros e técnicos em prospectar e desenvolver novas tecnologias para sua extração. Em Mato Grosso estamos construindo cidades inteiras em um período de prosperidade nunca visto. A área tecnológica vai bem e tende a crescer cada vez mais.

Olhar Direto - Com o crescimento da construção civil, parece faltar profissionais qualificados, o que fazer para mudar esta realidade? Essa sobrecarga, também não prejudica a qualidade do serviço?

Juares - A pujança, o crescimento e a forte demanda atual pressionam fortemente por maior qualidade e dedicação de nossos profissionais. Ao mesmo tempo,como a demanda é alta e a remuneração não acompanha, há uma sobrecargasobre o  profissional prejudicando a qualidade, já que quase nunca há tempo para buscar qualificação e atualização. Isso tem que ser enfrentado dotando o sistema tecnológico, o sistema de ensino e o setor público de uma rigorosa fiscalização e de uma cultura de requalificação permanente do profissional. Desse modo, não passaremos constrangimento quando apresentarmos obra construída no prazo, com a qualidade que o nosso cliente merece e de acordo com as normas técnicas vigentes e cumprindo acessibilidade, quando formos visitados por estrangeiros que virão fazer turismo em nosso estado.

Olhar Direto - Os maus profissionais são punidos? Por que parece existir uma superproteção da categoria entre os profissionais? Por exemplo, recentemente, o Crea detectou falhas nas obras do pronto-socorro de Cuiabá, o profissional responsável não deve responder a algum procedimento e até sofrer punição?

Juares - Ninguém pode afagar o mau profissional, protegendo-o. Isso é inadmissível. Neste exemplo do pronto socorro, o relatório enviado ao MP, pelo que sabemos, também foi enviado à Comissão de Ética do Conselho para providências, com apuração do evento e, se for o caso, punição do Responsável Técnico. Veja ainda que um erro médico pode matar uma pessoa, mas um erro técnico de engenharia pode matar várias pessoas, negando-lhes saúde e socorro quando mais precisam devido a falhas sistêmicas ou ainda por interferências de terceiros, não habilitados, em serviço já realizado. Não acredito que haja proteção para maus profissionais. Acredito mesmo é que a quantidade de denúncias é muito baixa e que o processo ético disciplinar precisa ser melhorado.

Olhar Direto - Que avaliação o senhor faz desses maus profissionais?

Juares - O profissional que não trabalha com ética e disciplina, sem manter o compromisso de qualidade que jurou perseguir, por ocasião de sua formatura, precisa ser extirpado de nosso meio. Ele só contribui para denegrir a imagem de grupo profissional que em sua maioria é ético, disciplinado, produtivo e bem qualificado, manchando a reputação destes homens e mulheres que dia e noite trabalham para que a sociedade tenha conforto e segurança.

Olhar Direto - Quais cuidados uma pessoa deve ter na escolha de um engenheiro ou arquiteto na hora de realizar uma obra?

Juares - Verificar as obras, projetos e serviços realizados, buscar informação no mercado, verificar no Crea-MT se o mesmo é registrado e só ai, contratá-lo.

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