A planilha oficial da Polícia Judiciária Civil (PJC) revela um aumento acentuado da violência em Cuiabá e Várzea Grande em 2010. Janeiro e fevereiro deste ano, se comparados ao mesmo período do ano anterior, apresentam aumentos de até 100% em uma das modalidades de crime mais preocupantes: o homicídio.
Nos dois primeiros meses de 2010, Várzea Grande registrou o dobro do número de execuções ocorridas em janeiro e fevereiro de 2009. Naquele ano aconteceram nove assassinatos, enquanto no atual foram registrados dezoito.
Em Cuiabá, a elevação foi menos acentuada. Os 41 homicídios registrados neste ano significam um aumento de 20,5%. No entanto, a quantia de assassinatos da capital, em 2010 teve somente duas mortes a menos que as duas maiores cidades de Mato Grosso juntas no mesmo período de 2009 – na época, a capital e Várzea Grande apontaram 43 execuções.
Nem mesmo o secretário adjunto de Segurança Pública, coronel Antônio Roberto Monteiro de Moraes, soube explicar com exatidão o motivo do aumento da criminalidade, principalmente quando questionado sobre Várzea Grande.
“Nossos analistas ainda não conseguiram identificar o que fez subir os homicídios em Várzea Grande”, admitiu Moraes, em entrevista exclusiva ao
Olhar Direto. “Temos só uma idéia. Imaginamos que como apertamos o cerco em Cuiabá, o crime se moveu para lá”, ponderou o coronel.
Apesar de assumir o crescimento nos índices de violência, Moraes nega que a situação esteja fora do controle. “Está, digamos assim, acima do controle”, ele argumenta.
Um motivo apontado por pelo secretário adjunto como complicador da ação em políticas de segurança pública é o fato do efetivo da Polícia Militar (PM) estar defasado. “Isso é fato, mas estamos realizando uma prova para a admissão de mais mil homens”. Além disso, ele anunciou a aquisição de 300 novas viaturas para a corporação e a futura implantação de uma nova política de segurança, a compatibilização de área.
Além dos homicídios, também cresceram os índices de furto a automóveis e de motocicletas. Novamente com destaque para Várzea Grande, onde o roubo de motos cresceu mais de 60%. No revés desses dados, os casos de roubo vêm diminuindo naquela cidade e, também, em Cuiabá. Os casos de latrocínios também diminuíram.