Com apenas 15 anos, a judoca mato-grossense Priscila Rodrigues de Souza já tem um extenso currículo em competições nacionais. Competindo há três anos, a atleta já conquistou 29 medalhas de ouro e se tornou a primeira mulher do Estado a conquistar um título brasileiro na modalidade. Treinando na academia do campeão Pan-Americano, David Moura, ela conta apenas com a ajuda da família para custear as viagens para as competições: “Precisamos de patrocínio para continuar representando o nosso Estado”. O objetivo de Priscila já foi traçado: “Entrar na seleção brasileira e participar dos Jogos Olímpicos”, disse ela ao Olhar Direto.

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“Eu comecei a treinar judô em 2010, quando tinha 10 anos, no projeto do Bope (Batalhão de Operações Especiais). Fiquei lá por três anos e nesse tempo vim adquirindo experiência e fui para a academia de judô do David Moura, onde estou até hoje. Venho competindo há três anos em nível nacional e comecei a me destacar no ano passado, quando fiquei entre as cinco melhores do país no Campeonato Brasileiro sub-18 no meu primeiro ano”, disse ela ao Olhar Direto.
 
Este ano, a atleta de Mato Grosso conseguiu atingir um dos seus objetivos: “Este ano eu fui para três brasileiros (sub-18, sub-21 e sub-23). No sub-18 eu fiquei em quinto lugar, no sub-21 eu acabei perdendo a primeira luta e no sub-23 eu fui campeã. Com este resultado, eu fui a primeira mulher do Estado de Mato Grosso a se tornar campeão brasileira, com 15 anos de idade. Também fui campeã mineira da Copa Minas, em julho”.

Confira uma das lutas da judoca:

 
Priscila é treinada por José Prezotto e David Moura e sabe que tem com ela os melhores profissionais: “Pra mim, minha equipe é uma das melhores. Sem eles eu não teria conseguido nada”. Para manter-se em alto nível, a atleta treina cinco horas por dia (treinos físicos e técnicos), todos os dias da semana.
 
“Praticamente todas as meninas que eu lutei, antes de chegar ao título, eram de seleção. A primeira luta foi contra a favorita da competição. Ela tinha 60 kg a mais que eu, já foi da seleção e teve títulos internacionais. Meu principal foco agora é entrar na seleção. Vou fazer uma seletiva em novembro. Se eu classificar entre as primeiras, consigo a vaga e vou para o circuito europeu no ano que vem”, revelou a judoca.
 
A mato-grossense já pensa em Olímpiadas, mas apenas em 2020: “O meus principais objetivos são chegar à seleção brasileira e disputar uma Olímpiada, não em 2016, mas talvez em 2020. É difícil você treinar, a gente sofre, é um esporte de alto rendimento. Porém, quando você ganha é tudo recompensado, é uma benção. As vezes treinamos muito, chegamos na competição e perdemos na primeira luta. Eu volto pra casa, levanto a cabeça e treino mais para me superar. Foi o que aconteceu comigo”, comentou.


(Foto: Arquivo Pessoal)
 
Porém, não é só contra as adversárias que Priscila e a família tem de lutar. A falta de patrocínio é uma das maiores dificuldades da carreira dela: “A dificuldade para arrumar patrocínio é muito difícil. Durante os cinco anos, nós é que patrocinamos ela. No próximo mês, ela terá três viagens. Nós é que pagamos hotel, remédios, transporte. As vezes ela ganha passagem aérea da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), porém, nesse ano só ganhou uma vez. Já procurei empresas para nos ajudar eles disseram que era para a gente ir trabalhar, que isso não iria dar futuro aqui. O pai dela é aposentado e eu trabalho em um salão de beleza”, explica Luzimeire Rodrigues Silva, mãe de Priscila.
 
“Precisamos de patrocínio para continuar representando o nosso Estado. Quero levar o nome de Mato Grosso para o mundo”, acrescentou a jovem. Empresas ou pessoas interessadas em ajudar a atleta podem entrar em contato através dos telefones (65) 3649-2502 e (65) 8122-9652.