O ex-presidente da Agecopa (Agência de Execução de Projetos da Copa de 2014), Éder Moraes, disparou contra o Governo do Estado durante a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das Obras da Copa, na manhã desta terça-feira (10). O ex-chefe da Casa Civil alega ter denúncias de que a gestão atual, através da Secretaria de Cidades, estaria destruindo documentos do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos): “Pau que bate em Chico, não está batendo em Pedro, José e Eduardos”.
Leia mais:
Após quatro horas de depoimento, Eder se diz amargurado e alega perseguição política; veja como foi
“Todo mundo tem medo de criticar este governo, falar o que acontece. Havia um estudo de viabilidade técnica dentro do governo do Estado. Eu tenho denúncias, não posso citar nomes, de que a gestão atual, através da Secretaria de Cidades (Secid), estaria destruindo documentos do VLT para dizer à sociedade que não tem documentação nenhuma. Esqueceram que o Éder Moraes é um cara preparado e que tinha esses arquivos em um pen drive”, disparou o ex-secretário da Casa Civil.
Éder aproveitou a CPI para atacar de forma contundente a atual gestão do governador Pedro Taques (PSBD). A contratação da empresa paulista KPMG, que deverá definir o futuro do novo modal, foi uma das teclas em que ele mais bateu: “O Governo do Estado tem que parar de falácia, de diz que me disse. Não pode ficar fazendo discurso de prisão e desviando o foco da gestão. Eles têm que tocar a obra do VLT, não é possível enganar mais a população. Quando vai tocar a obra, faz uma ‘cagada’ sem tamanho, que é contratar uma empresa sem licitação”.
O ex-presidente da Agecopa ainda reforçou que conseguiu junto ao BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento) um financiamento na ordem de R$ 2,5 bilhões: “O Silval Barbosa (PDMB) usou parte disto e deixou contratado o restante. Ele (Taques) nada mais está fazendo do que tocar os projetos já existentes, com recursos contratados por nós. Não posso usar uma frase, pois ela é muito pesada. Mas é fazer aquilo, com aquilo dos outros. Pau que bate em Chico, não está batendo em Pedro, José e Eduardos”.
Durante o depoimento, ele disse viver com o sentimento de que vai ser preso a qualquer momento e citou perseguição política: “Por armação e por uma questão persecutória, de perseguição, pode acontecer (ser preso novamente). Por uma razão dos fatos, não vejo a menor possibilidade. Medo não é uma coisa que faz parte do meu vocabulário. Tenho Deus no coração e tudo isto tem um propósito na minha vida, retornei à Igreja e estou muito bem espiritualmente”, finalizou.
Outro lado
Por meio de nota, o Governo do Estado, por meio do Gabinete de Comunicação, informou que as pontuações devem ser feitas aos órgãos competentes. "O Governo do Estado, por meio do Gabinete de Comunicação, informa que não vai responder as declarações infundadas a respeito da atual gestão feitas pelo ex-secretário Eder Moraes em depoimento à CPI das Obras da Copa, na Assembleia. O Governo do Estado ressalta, ainda, que quaisquer denúncias supostamente levantadas pelo depoente devem ser feitas aos órgãos competentes".
*Atualizada às 17h51
