Em quase dois meses do fim da greve, os trabalhadores das empresas de Correis e Telégrafos de Mato Grosso votarão nesta quarta-feira (18) o indicativo de greve. O início do indicativo está previsto para a 00h do dia 30 de janeiro de 2014, véspera do julgamento sobre um dos principais itens de reivindicação da classe; a privatização do plano de saúde da categoria, o Correio Saúde.

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De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Correios, Telégrafos e Serviços Postais de Mato Grosso (Sintect-MT), Edimar Leite, o item trata-se de uma pauta nacional e os trabalhadores não concordam com privatização do benefício.

“O plano de saúde dos correios que a empresa quer privatizar, atualmente é compartilhado com o trabalhador que tem descontado em seu salário cerca de 10 a 20%”, explica. Segundo ele com a privatização o valor poderá ser majorado.
“Na última greve o TST falou que a empresa não poderia privatizar o plano sem antes negociar com os funcionários. Houve várias reuniões, mas a empresa falou que com greve ou sem greve eles iriam implantar”, conta.

Dentre as reivindicações estaduais, o presidente do sindicato cita a falta de segurança no trabalho e perseguições de funcionários.
“Existem casos de assédio moral e perseguições. Apesar de a empresa alegar que é por descumprimento das normas internas, na realidade são suspensões de funcionários que participaram do movimento grevista”.

O sindicalista ainda cita como exemplo o protesto solitário do servidor dos correios que pendurou um cartaz no pescoço, em frente a uma unidade da empresa, com os dizeres, “suspenso por manifestar sua opinião”.

Edimar conta que os funcionários dos Correios convivem com a insegurança devida aos assaltos. De acordo com ele, nos últimos 45 dias, 18 assaltos já foram registrados e desde o mês de janeiro de 2012 já são 73 casos.

O sindicalista também descreve uma das situações que envolvem perseguição e insegurança no trabalho. “No município de Dom Aquino, por exemplo, os trabalhares de lá já foram assaltado três vezes em seis meses. Cansados de serem alvos de criminosos e arma na cabeça, o grupo se mobilizou durante um dia para pedir por mais segurança, colocação de porta giratória e outros itens”, conta.

Segundo Edimar depois da paralisação, a empresa não atendeu a reivindicação e ainda abriu processos administrativos contra os funcionários que aderiram ao movimento.

Julgamento

A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) entrou com ação na justiça contra as empresas de Correios, Telégrafos e Serviços Postais por descumprimento do dissídio coletivo firmado junto ao Tribunal Superior do Trabalho (TST), em outubro deste ano.