Os estudantes da Universidade de Cuiabá (Unic) e do Centro Universitário Cândido Rondon (Unirondon) decidiram entrar em “greve” e vão paralisar as aulas em várias unidades do Estado no dia 02 de setembro. De acordo com a organização do movimento, a intenção é entregar uma carta com todos os pedidos dos alunos. Eles reclamam da superlotação, mudança do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) para o formato online e também de várias aulas para o mesmo formato interativo. Alguns alunos prometem zerar o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enad).

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“Nós fizemos a Assembleia ontem e decidimos que vamos paralisar as atividades no dia 02 de setembro. Todas as unidades da Unic (a nível estadual) estão junto com a gente. Tivemos o apoio de estudantes de Tangará da Serra, Primavera do Leste, Rondonópolis, Sinop, entre outras. A ideia é paralisar todas as aulas desde o período matutino, passando pelo vespertino até o noturno”, disse ao Olhar Direto o coordenador e diretor do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Jhonatan Ansilofev.
 
A intenção dos universitários é entregar uma carta com todas as demandas: “No dia 02 de setembro vamos nos reunir em frente a Unic Beira Rio, às 19 horas, para entregar esta carta com nossos pedidos. Ainda não temos um número exato de quantas pessoas devem participar, mas tivemos uma boa aceitação por parte dos alunos, principalmente nas redes sociais. Agora, nós vamos divulgar nas unidades. Só ontem, foram 300 estudantes de Odontologia na manifestação”, explicou o coordenador.
 
Os universitários reclamam da superlotação nas salas de aula e também da mudança do TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) para o formato online, além de aulas que estão sendo feitas da mesma forma: “Estamos pagando para ter professores em sala de aula e não para ficar assistindo vídeo. Segundo eles, a pré e pós-aula serviria somente para tirar duvidas com o professor. O portal nunca funciona, e teríamos que ir até a universidade só para tirar duvida. Se fosse para fazer ensino à distancia, iriamos para a Unopar. Além disto, o valor da mensalidade é um absurdo, só querem ganhar dinheiro”, disse Otton Júnior, que cursa Engenharia Ambiental.
 
Segundo o coordenador do DCE, “há muito tempo a instituição não vem cumprindo com o prometido. No começo do ano a situação começou a ficar crítica com aditamento e falta de estrutura. No segundo semestre nós tivemos outro aumento de mensalidade. Matérias de suma importância para o curso estão sendo transformadas em aula interativa. Isso não pode acontecer”.
 
Na última quinta-feira (27), a universitária Danielle Guimarães, também endossou as críticas, em entrevista ao Olhar Direto: “Desde o semestre passado isso já vem acontecendo. Nossa turma tem quase 80 alunos em uma sala com capacidade para no máximo 40. Um absurdo o que fazem com os alunos que estão nos últimos semestres, o que eles querem é apenas matrículas”, desabafou.

Na página do Facebook (Unic – Você não sabe, mas eu sei), criada por estudantes, alguns universitários prometem zerar a prova que mede o desempenho dos alunos: “Você não sabe, mas eu sei que a galera da Unic Barão, Engenharia Civil estão disposto a zerar o Enade se a instituição não melhorar”.
 
Outro lado
 
A assessoria de imprensa da Unic informou à reportagem, através de nota, que "está atenta às solicitações dos alunos e trabalha assiduamente para construir um ambiente de estudos adequado. A qualidade de ensino é requisito prioritário na operação da Unic. Com base na premissa de excelência, a instituição realiza estudos para a melhoria contínua de sua infraestrutura. Os estudantes ainda contam com o acesso a laboratórios e bibliotecas que corroboram a vivência universitária".
 
Além disto, acrescentou que está "comprometida com a transparência" e que "a instituição continua à disposição para qualquer esclarecimento adicional".