O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado, do Ministério Público Estadual (MPE), deflagrou na data de hoje, 1, a “Operação Seven”, que tem por objetivo desmantelar uma organização criminosa composta por particulares e servidores públicos que desviaram sete milhões de reais dos cofres do Estado de Mato Grosso, no final do ano de 2014.
Entre os presos nesta manhã estão o ex-presidente do Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat), Afonso Dalberto. e ainda o ex-secretário de Administração, coronel José de Jesus Nunes Cordeiro. Ambos tiveram mandado de prisão preventiva expedidos.
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Conforme o Gaeco, neste momento, diversos mandados de prisões preventivas, conduções coercitivas e buscas e apreensões, são cumpridas. Entre as pessoas encaminhadas coercitivamente para oitivas estão servidores da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema).
O esquema, de acordo com o Ministério Público Estadual, iniciou com pedido simplório de uma lauda, solicitando que o Estado de Mato Grosso realizasse a aquisição de uma área de terra rural, para ser acrescida ao Parque Estadual Águas do Cuiabá.
O processo tramitou por vários órgãos públicos estaduais (SEMA, antiga SAD, Casa Civil e INTERMAT) onde passou pela análise “técnica” de vários agentes públicos, para que, ao final, fosse realizado o indevido pagamento dessa área. Entretanto, de acordo com a apuração da investigação, foi provado que essa área já pertencia ao Estado de Mato Grosso, ou seja, a mesma área foi paga duas vezes.
Histórico
Afonso passouo pelas gestões de Maggi e Silval Barbosa. Ele passou a integrar equipe governamental em 2003 na gestão de Blairo Maggi, como titular . no controle do Fundo Estadual de Educação. Depois, foi remanejado à presidência do Intermat e mantido no cargo, mesmo com a renúncia de Maggi, hoje senador eleito. Ele deixou a pasta em 2014 e com a posse de Taques, o órgão passou a ser administrado pela ex-deputada Luciane Bezerra (PSB).
A sede do Intermat foi alvo em outubro de 2015 de cumprimento de mandado de busca e apreensão pela Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública, da Polícia Judiciária Civil,
O coronel da Polícia Militar, José Nunes Cordeiro, em dezembro de 2014, foi detido durante a deflagração da Edição Extra, em dezembro de 2014. A investigação, da Delegacia Fazendária, apurou um esquema de fraudes em licitação do Estado, estimadas em 40 bilhões, envolvendo o segmento de empresas do ramo de gráfico.
Até às
14h41 de hoje, na sede do Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado, duas pessoas foram conduzidas para prestar esclarecimentos. Farta quantidade de material (documental) foi recolhido pelas equipes.
Ao chegar a sede do Gaeco, por volta das 15h10, sem algemas, o ex-presidente do Intermat tentou falar com os jornalistas e limitou-se a dizer 'o pagamento foi feito ao Filinto Corrêa'. Advogados que o acompanham afirmaram que ainda não obtiveram acesso à investigação.
16h - Após prestar esclarecimentos, o ex-presidente será encaminhado para o Centro de Custódia da Capital, mesma unidade prisional que abriga personalidades políticas como o ex-governador Silval Barbosa e os ex-secretários Pedro Nadaf e Marcel de Cursi.
Segundo a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), o coronel da PM, Cordeiro, deve ser encaminhado a uma unidade da PM.
16h30 - Integram a banca de defesa do ex-presidente do Intermat é composta por Hugo Florêncio de Castilho, Jackson Francisco Coleta Coutinho, José Eduardo Polisel Gonçalves e Hélio Nishyama.
16h54 - Também são alvos de mandados de prisão nesta operação o ex-governador Silval Barbosa e o ex-secretário da Casa Civil Pedro Nadaf. Ambos já estão presos por decorrência da operação Sodoma, que investiga um esquema de corrupção envolvendo a concessão de incentivos fiscais em Mato Grosso.
Nesta tarde, de acordo com assessoria do MPE, uma equipe do Gaeco deixou a unidade e segue para o Fórum de Cuiabá onde irá cumprir o segundo mandado de prisão em desfavor de Barbosa e do ex-secretário Nadaf.
*Fotos da Galeria de Wesley Santiago /OD